Somando as frotas da Força Aérea, Marinha e Exército Brasileiro, o Brasil tem atualmente a maior quantidade e variedade de meios aéreos militares de toda a América Latina. São aproximadamente 700 aeronaves em operação, incluindo jatos e turboélices de combate, cargueiros multimissão, modelos de treinamento, drones, aviões de vigilância e helicópteros com diferentes propósitos.
Apesar de ter um volume expressivo, a frota de aeronaves das forças armadas brasileiras poderia e deveria ser maior e ainda mais diversificada. Quinto maior país do mundo em extensão territorial, com 8.516.000 km² e uma imensidão de recursos naturais, o Brasil faz fronteira com outras 10 nações e ainda possui uma faixa litorânea de 7.491 km. É muito espaço para ser vigiado e coberto, por isso o uso de aviões e helicópteros de diferentes portes e desempenhos é fundamental para proteger o país e atender demandas em regiões remotas.
Naturalmente, os principais meios aéreos militares à disposição no país estão concentradas na Força Aérea Brasileira (FAB). Marinha e Exército também sentem a necessidade de voar, mas têm suas asas atadas por decretos presidenciais e não podem expandir suas frotas de aeronaves como realmente deveriam, sobretudo a aviação de asa fixa. Em comum, as três forças armadas do Brasil compartilham a necessidade de ampliar e renovar seus inventários de aviões e helicópteros.
Imaginando um cenário com orçamento de defesa ilimitado, quais tipos de aeronaves a FAB, Marinha e o Exército poderiam ter em suas frotas? Abaixo vamos analisar o caso de cada uma das forças:
Força Aérea Brasileira
Força aérea com o maior número de aeronaves na América Latina, com cerca de 620 aparelhos, a FAB possui atualmente uma aviação de transporte versátil e altamente capacitada, mas peca na parte de defesa do espaço aéreo.
O único caça supersônico em serviço no país é o Northrop F-5 Tiger II, um avião projetado nos anos 1960 e que, apesar de ter sido modernizado, já foi usado além da conta e hoje fica atrás de outros jatos de combate operados na América do Sul, como os temidos Sukhoi Su-30 da Venezuela e os ágeis Lockheed Martin F-16 do Chile.
Outro importante jato de combate da FAB é o A-1 (Embraer AMX), um avião de performance subsônica desenvolvido na década de 1980 que também serve como caça, embora seja mais apropriado para missões de bombardeio, ataque ao solo e guerra eletrônica.
Tanto o F-5 como o A-1 serão substituídos pelos novos Saab Gripen E/F nos próximos anos (começando pelos F-5). A aquisição dos caças suecos vai colocar o poder aéreo brasileiro em pé de igualdade ou mesmo superior que a maioria das aeronaves de guerra da América do Sul. O contrato inicial prevê a compra de 36 jatos, mas no longo prazo esse número pode passar de 100 exemplares, caso a FAB adquira mais lotes – que poderão ser fabricados no Brasil.
Entretanto, a chegada do Gripen traz ao Brasil uma nova necessidade: um avião a jato de treinamento avançado. Atualmente, antes de migrarem para os caças A-1 e F-5, os pilotos da FAB são treinados no turboélice Embraer Super Tucano. Não é ruim, mas poderia ser melhor.
Há uma grande variedade de aviões de treinamento avançado no mercado, como o britânico British Aerospace Hawk 200 e o Aermacchi M-346 Master, fabricado na Itália. Não só isso, essas aeronaves também podem ser adaptadas para atuar como caças leves e missões de ataque ao solo, com a vantagem de ter custos operacionais menores. O exemplo mais recente dessa classe de aeronaves é o T-7 Red Hawk, um treinador supersônico que está sendo desenvolvido pela Boeing em parceria com a Saab. O T-7 é cotado para ser o jato de treinamento da força aérea da Suécia, que opera o Gripen.
A FAB também precisa atualizar sua frota de aeronaves de treinamento básico. O primeiro contato dos cadetes da força aérea com um avião é no T-25 Universal, avião desenvolvido no final da década de 1960 pela fabricante brasileira Neiva (hoje parte da Embraer) e que hoje está perto de alcançar seu limite operacional.
Há alguns anos atrás, a Novaer sugeriu um substituto para os velhos T-25 da FAB, o monomotor T-Xc Sovi. Porém, a fabricante que fica baseada em São José dos Campos vem passando por dificuldades financeiras nos últimos anos e hoje pouco se sabe sobre o projeto e as intenções da força aérea nesse campo. Sem a opção brasileira, talvez seja necessário buscar um novo treinador no exterior.
Outro quadro da FAB que merece ser renovado e ampliado é a aviação de patrulha naval, que hoje conta com os turboélices Embraer Bandeirulha e os veteranos Lockheed P-3 Orion, adquiridos de segunda mão na década passada de estoques dos EUA. A “sensação” desse segmento militar hoje é o P-8 Poseidon, um avião de vigilância marítima baseado no jato comercial Boeing 737-800. Ele, porém, é uma dos aviões mais caros da atualidade, com valor unitário que pode passar dos US$ 250 milhões. Aproveitando os recursos e conhecimentos da indústria nacional, uma opção mais acessível poderia ser uma versão militar do jato comercial E190 da Embraer, algo que a própria fabricante aventou recentemente.
Por fim, é necessário reforçar a aviação de transporte da FAB, algo que já começou com a entrega dos primeiros (de um total de 28 aeronaves) C-390 Millennium da Embraer. Cargueiro multimissão, o bimotor a jato fabricado pela Embraer vai ocupar o posto dos antigos turboélices C-130 Hercules, que voam no Brasil desde a década de 1960 servindo numa série de missões, de transporte logístico de tropas e equipamentos até voos de reabastecimento aéreo.
Também devemos lembrar que a vida útil dos Bandeirante vai expirar até o final desta década. Pensando nessa necessidade, em dezembro de 2019 a FAB e a Embraer assinaram um acordo para iniciar os estudos de viabilidade de uma nova aeronave militar de transporte leve.
Exército Brasileiro
Embora focado em cenários de guerra terrestre, exércitos ao redor do mundo também contam com frotas de aviões. É assim na Argentina ou nos EUA, citando alguns exemplos. Aqui no Brasil isso é diferente e o Exército Brasileiro, por força de decreto presidencial, é autorizado a operar somente helicópteros, embora a necessidade de ter seus próprios aviões seja latente.
Nos últimos anos, o Exército do Brasil (EB) vem tentando adquirir uma frota de aeronaves de transporte leve e até escolheu um modelo: o Short C-23 Sherpa, um bimotor turboélice de asa alta e projetado para operar em pistas semi-preparadas. No entanto, a compra do EB ainda é incerta pois esbarra nos interesses da FAB, que de certa busca monopolizar a aviação de asa fixa no Brasil.
Caso fosse permitido pelo governo, o EB certamente teria espaço e tarefas para abrigar dezenas de aviões focados em missões de transporte (incluindo até o Embraer C-390), função na qual a força terrestre muitas vezes depende dos meios da FAB.
O EB opera atualmente quase 100 helicópteros, um volume que pode parecer vultuoso, mas que na verdade é pequeno se considerado o tamanho do território brasileiro e a necessidade de patrulhar 10 fronteiras, além da constante demanda no país por atendimentos de emergência em regiões remotas, em especial da Floresta Amazônica.
O modelo de asas rotativas mais avançado do EB é o EC-725 Jaguar, designação militar do Airbus H225 Super Puma, um dos helicópteros de uso militar mais avançados do mundo. Contudo, a força terrestre vai receber apenas 16 exemplares da aeronave, que são produzidas no Brasil pela Helibras. Outros aparelhos importantes na frota são os modelos de transporte AS 365 Pantera e o S-70 Black Hawk, mas disponíveis em quantidades insuficientes.
Para muitos, é inconcebível que o Exército Brasileiro até hoje não possua helicópteros de ataque (e a FAB conte com os helicópteros de ataque russos AH-2 Sabre/Mil Mi-35), um tipo de aeronave adequada para “caçar” tanques e veículos blindados. O modelo mais famoso desse segmento é o Boeing AH-64 Apache, uma das máquinas de guerra mais eficientes do mundo militar. No ano passado, aviadores do EB testaram o T129 ATAK, uma versão do helicóptero italiano A129 Mangusta fabricada na Turquia pela Turkish Aerospace.
Também não seria nada mau o EB ter helicópteros pesados, capazes de transportar dezenas de soldados e equipamentos pesados por longas distâncias. Indo por essa direção, a escolha do Brasil poderia recair ao clássico CH-47 Chinook com dois rotores, um dos modelos mais consagrados nessa categoria e com um extensa ficha de combate.
Marinha do Brasil
Assim como acontece no Exército, o uso de aeronaves de asa fixa pela Marinha do Brasil (MB) também é restrito por ordens presidenciais. A força naval pode ter aviões, mas somente modelos configurados para operar em porta-aviões, mesmo que uma embarcação como essa não exista mais na flotilha nacional – o último navio-aeródromo da Marinha foi o NAe São Paulo, descomissionado em 2018.
O maior expoente da aviação naval brasileira são os caças AF-1, a designação da MB para o caça-bombardeiro McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, um avião do final dos anos 1950. Um total de 23 jatos usados foram comprados do Kuwait em 1997 com o intuito de serem operados embarcados no porta-aviões São Paulo, que chegou ao Brasil no ano 2000.
Outro aviões navais adquiridos pela Marinha foram oito bimotores de transporte Grumman C-1 Trader, sendo que quatro deles deveriam ser convertidos para o padrão KC-2 Turbo Trader. Embora simples, esse processo já dura quase 10 anos e gera mais dúvidas do que certezas.
De toda forma, caso a Marinha volte a comprar aviões navais isso deve ser feito somente quando a aquisição ou construção de um novo navio-aeródromo brasileiro algum dia for definida. A escolha das aeronaves também deve combinar com a embarcação, que pode ser um porta-aviões com sistemas de lançamento por catapultas ou um barco com ski-jump.
Em tese, porta-aviões com catapultas podem receber jatos navais considerados mais fáceis de operar e manter. É o modelo usado, por exemplo, na marinha dos EUA, que possui 11 dessas embarcações em operação. Já os navios com ski-jump não precisam de sistemas de lançamento, mas exigem aeronaves STOVL, que decolam acelerando por uma rampa no convés de voo e depois retornam pousando na vertical. O exemplo mais notório nesse campo é o caça F-35B, um dos aviões militares mais caros e complexos da atualidade. Uma opção mais barata seriam jatos Harrier usados.
Não fosse pelas restrições previstas em lei, a Marinha do Brasil também poderia ter sua própria frota de aviões de patrulha naval e de busca e resgate de longo alcance, tarefas que a força naval cumpre atualmente com helicópteros, entre eles o Sikorsky SH-60 Seahawk (a versão naval do Black Hawk).
O inventário de helicópteros da Marinha é de boa qualidade e alguns aparelhos estão entre os mais avançados do mundo, caso dos modelos Westland Super Lynx, de guerra submarina, e o versátil H225M, helicóptero da Airbus produzido no Brasil pela Helibras e que pode realizar uma série de missões, incluindo caçar navios com mísseis Exocet. Porém, seguindo o exemplo do Exército, são poucas aeronaves (menos de 70 helicópteros) para cobrir e proteger uma faixa litorânea tão grande.
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Falta Mig 35
Su 30-35
T-50
Caça Rafalle
Não entendi por que ele vetou isso, todos os ramos precisa de deslocamento aereo rápido pelas regiões militares do país caso precise de reforço, ei exército precisa muito disso. Por acaso alguém pode ir lá e comunicar ao presidente mandando ele parar de cometer certos erros e omissões com nas nossas preciosas forças armadas, nos dois últimos governo do pt ouve um grande desinvestimento no setor de defesa nacional. Vamos cobrar para que o Presidente faça as coisas direito no país.
Não falta muito não. Falta mesmo é investimento na EMBRAER-DEFESA, temos gente capaz de desenvolver qualquer aeronave que precisarmos.
A nossa Marinha e nosso Exército possuem restrições para operações com aeronaves de asas fixas por um motivo muitíssimo simples: “falta de verbas”. Custa e custa muito não só ter mas manter todo e qualquer tipo de material de defesa. E os constantes cortes no orçamento da defesa brasileira devido as desmandos do passado (roubos, desvios) e o abandono e sucateamento fizeram com que se optasse por manter os gastos em um único ramo das forças armadas, a FAB. Quando e se nossos políticos trabalharem de verdade para o Brasil ao invés de o fazerem para si mesmos, aí teremos dinheiro para todos os ramos da vida pública e privada e para nossa defesa também. Enquanto alguns obtusos seres de nossas forças não enxergarem isso continuaremos a ver essa penunbra. Financeira não só para a defesa mas para tudo.
Pelo que se vê , em comparaçao com grandes potencias militares , e agredito que.o Brasil é uma potência. .Precisamos de 200 jatos Gripen e mais 3 submariinos nucleares só nucleares mais baterias antiaereas e um prrojeeto de contrato com a Fab para fabricaçao de drones e mísseis de longa distancia .