O Saab Gripen é tido como o caça principal da FAB para as próximas décadas, porém, a Força Aérea Brasileira divulgou uma nota em junho, onde confirmava um levantamento de dados para estudo de eventual aquisição de um segundo caça.
No estudo, a Aeronáutica supostamente avaliou a possibilidade de aquisição de pelo menos 24 unidades do Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon.
Dias atrás, o Comandante da FAB, Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, reconheceu o jato indiano HAL Tejas como um dos caças que poderiam voar junto ao Gripen.
À mídia local, Damasceno afirmou que a Aeronáutica tem uma diretriz de voar com “ao menos dois e não mais que três caças diferentes”.
Mas há outros jatos no mercado e que poderiam se encaixar na função hoje exercida pelo F-5, que está prestes a ser desativado no próximos anos.
Confira a seguir algumas dessas potenciais alternativas, sendo algumas delas já operacionais e outras ainda disponíveis no mercado internacional.
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Dos caças prováveis, que serviriam como segunda aeronave a jato supersônica para a FAB, listamos, além do F-16 e do Tejas, também os sul-coreanos FA-50, KF-21 , o turco Hürjet e o Boeing T-7.
Lockheed Martin F-16
Com 15,06 m de comprimento, 9,96 m de envergadura e 4,90 m de altura, o caça americano usa motor F110- GE 129 ou F100 PW-229, tendo até 29.500 libras de empuxo e com peso máximo de decolagem pouco mais de 19 toneladas.
O F-16 voa a Mach 2,05 e tem raio de combate de 546 km, com uso de um canhão M61 Vulcan de 20 mm, bem como emprego de mísseis Sidewinder e AIM-120 AMRAAM, também lança bombas guiadas por GPS (JDAM), a laser ou IR, mísseis e pods auxiliares.
Como há muitas unidades disponíveis das primeiras versões, não é uma aeronave difícil de ser conseguida, mas exige atender a vários requisitos do governo dos EUA.
HAL Tejas
O caça indiano é relativamente novo e 53 unidades já estão em operação na Força Aérea da Índia, sendo ele um avião com asas em delta e capacidade multifunção, usando mísseis e bombas variadas.
De desenvolvimento local, o Tejas usa um motor a jato F404 da GE com até 19.000 libras de empuxo com pós-combustor, que o leva a Mach 1.8 de velocidade máxima.
O Tejas tem raio de combate de 739 km, sendo um caça menor que o F-16, com 13,20 m de comprimento e 8,2 m de envergadura, carga útil de 5.300 kg e peso máxima de decolagem de 13.500 kg.
KAI FA-50
Este caça leve sul-coreano surgiu como treinador avançado e tem sua versão de combate, usando ainda um motor GE F404 com 17.700 libras, o suficiente para levá-lo a Mach 1.5.
Com 1,314 m de comprimento e 9,45 m de envergadura, o FA-50 tem um raio de combate de 444 km e pode lançar mísseis ar-ar e ar-solo, tendo ainda capacidade anti-navio, além de portar um canhão de 20 mm.
Pesa apenas 10,7 toneladas na decolagem e tem carga útil de 5.400 kg, possuindo ainda uma suíte de aviônica avançada, podendo ser equipado com radar AESA.
KAI KF-21
Considerado da geração 4.5, o também sul-coreano KF-21 ainda não está operacional, fato que só ocorrerá em 2026. Ainda assim, é considerado tão avançado quanto o SAAB F-39 Gripen.
Financiado parcialmente pela Indonésia, o KF-21 está sendo oferecido para o Peru, tendo ele raio de combate de 1.000 km com velocidade máxima de Mach 1,81.
O KF-21 tem dois motores GE F414 com 22.000 libras, sendo capaz de levar 7.700 kg de mísseis e bombas, além de pesar 25,6 toneladas na decolagem.
O jato é equipado com radar AESA e canhão interno de 20 mm, mas não é furtivo, ou seja, “invisível aos radares”, apesar da aparência.
É, no entanto, uma aeronave que superaria o Gripen em alguns aspectos, o que não parece ser o objetivo da FAB.
Boeing/Saab T-7A
Assim como o FA-50, o T-7A é um jato de treinamento avançado que terá capacidade de combate, apelidado de “Red Hawk”. Tendo empenagem dupla, o caça leve tem somente 5.500 kg de peso na decolagem.
Usando um motor GE F404 com pós-combustor e 17.200 libras, o T-7A supera Mach 1, segundo fontes. O raio de combate não foi determinado, mas seu alcance de traslado é de 1.830 km.
A carga útil é baixa e ainda não se sabe de todos os detalhes sobre as armas que o T-7A poderá levar. Ele não tem radar AESA e nem mesmo a capacidade de reabastecimento em voo, pelo menos inicialmente.
Acredita-se que a Boeing e a Saab deverão desenvolver uma variante monoposto com maior capacidade de combate, na linha do que ocorreu com o F-5, que é derivado do treinador T-38.
TAI Hürjet
Assim como T-7A e FA-50, o Hürjet é um caça de treinamento avançado, desenvolvido pela empresa TAI, da Turquia, sendo um avião cujo projeto tem participação da brasileira Akaer, o que abre uma janela para uma parceria com o Brasil.
Em configuração biplace, padrão desse tipo de avião, o Hürjet ainda está em desenvolvimento, mas poderia ser uma alternativa, fazendo a transição entre Super Tucano e o Gripen na FAB.
Com motor GE F404 de 17.600 libras, o Hürjet voa até Mach 1.4 e tem alcance operacional de 2.222 km, além de transportar 2.721 kg armas ou combustível extra. Ele mede 13,6 m de comprimento e 9,5 m de envergadura.
De longe o meu preferido é o Kai FA-50. E de longe não gosto do Tejas. Muito próximo do Gripen no que não é bom e pouco no que é. O KF-21 é sonho distante demais em um nível extremo. O RedTail também é caro demais, assim como o Leonardo M-346 que não foi mencionado no texto, mas foi avaliado pela FAB. Porém o Hurjet é também bem interessante.