A Embraer vive um momento de graça após anos de incertezas. O mercado financeiro elegou a fabricante de aviões brasileira como um farol de esperança em meio a problemas na cadeia produtiva, especialmente da Boeing.
Além das ações em alta, a Embraer é alvo de especulações sobre um potencial novo jato comercial capaz de disputar pedidos com o Boeing 737 e o Airbus A320.
A empresa tem negado com frequência esses rumores, mas eles insistem em voltar aos holofotes, alimentados por fontes que indicam que o projeto pode estar ganhando corpo.
Há, contudo, uma certeza: a Embraer não tem cacife sozinha para bancar um projeto audacioso como esse. E é aí que entram os potenciais parceiros na empreitada bilionária.
Alianças mundo afora
Desde que a joint venture com a Boeing fracassou em 2020, a Embraer tem passado por uma ampla restruturação, buscando maior eficiência e também expandir seus variados negócios, que vão dos aviões comerciais aos executivos, programas militares e também serviços.
A estratégia está rendendo bons resultados, mas as vendas da família E2 de jatos comerciais ainda estão aquém do seu potencial.
Há quem diga que as linhas de montagem sobrecarregadas da Boeing e Airbus acabarão ajudando involuntariamente a Embraer e os E2, porém, não há como negar que o mercado de narrowbodies (aviões de fuselagem estreita) é imensamente maior que o de jatos de 80 a 150 assentos, onde ela atua.
Sem o acordo com a Boeing, restou à Embraer encontrar empresas de outros países que, assim como o Brasil, anseiam por um espaço maior no mercado de aviões mais avançados.
Índia e Arábia Saudita saíram na frente
A Índia, com sua imensa população e demanda de passageiros num impressionante crescimento, é um deles. A Embraer acertou um acordo com a Mahindra, um grande grupo empresarial indiano, para oferecer o C-390 Millennium para a força aérea local.
Embora seja um programa militar, o Millennium pode ser a ponta de lança para um projeto industrial mais amplo, que inclua aviões civis.
Outra nação que pleiteia um lugar de protagonismo na indústria é a Arábia Saudita. O governo do país quer diversificar a economia para não depender do petróleo e uma fábrica de aviões é um dos caminhos pensados.
Assim como na Índia, a Embraer também assinou memorandos de entedimento com os sauditas, nesse caso, um fundo de investimento estatal. Novamente o foco inicial é o C-390, que concorre a um pedido da força aérea, mas nada impede que as conversas evoluam para outras aeronaves.
Japão é a bola da vez?
A Embraer também estabeleceu boas relações com com países como Holanda, Portugal, Turquia e Coreia do Sul, mas há uma novidade no horizonte, o Japão.
Segundo apurou o conceituado site The Air Current, a Embraer estaria discutindo projetos aeroespaciais com o governo do Japão e suas chamadas “indústrias pesadas”.
O rico país asiático, que já foi um dos mais avançados na indústria aeronáutica, ficou à margem desse mercado após a derrota na Segunda Guerra Mundial.
Embora tenha desenvolvido alguns aviões e hoje a Honda faça sucesso com o jato de negócios HondaJet, a presença japonesa na aviação é discreta.
O programa SpaceJet, da Mitsubishi, tinha a meta de colocar o país na disputa pelo mercado de aviões regionais justamente com a Embraer, mas acabou sucumbindo a dívidas e problemas operacionais.
Mas o governo japonês não desistiu e neste ano lançou um novo desafio à indústria para construir uma aeronave de passageiros avançada e possivelmente maior do que o SpaceJet.
É nesse contexto que uma parceria com a Embraer poderia evoluir em todos os sentidos. O que sobra de conhecimento de mercado à empresa brasileira, falta aos japoneses que, por outro lado, possuem recursos financeiros e de manufatura extraordinários.
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Para companhias aéreas e arrendadores, um terceiro fabricante de jatos comerciais seria uma notícia a ser comemorada. Atualmente, o mercado vive um desequílbio preocupante, com uma Airbus altamente demandada e uma Boeing em crise de confiabilidade.
Ter mais uma opção para equipar suas frotas, significaria um mercado de transporte aéreo mais sadio e eficiente. Resta saber se há mais gente disposta a criar essa terceira via.
Ainda poderia incluir neste pool a Lockheed que traria neste retorno ao segmento o apoio americano, dinheiro e capacidade de manufatura. E ainda poderia oferecer parceria no C-390 e a retirada do C-130 da linha de produção. Aproveitando o interesse crescente das forças armadas americanas num avião com as características do C/KC-390.
Para produzir uma nave de 200 pax custa uns 20 bi de dólares. De onde viria o dinheiro??Qual o motor para 2035???
Se a Embraer lançar um avião comercial para concorrer com a Boeing e Airbus aí vai ser Lua!!