A LATAM Airlines deverá ser a primeira companhia aérea no Brasil a contar com o jato A321XLR, da Airbus. Além ter incluído a versão de ultra longo alcance numa nova encomenda fechada em julho, a empresa acaba de fechar um acordo de leasing para cinco aeronaves, que serão entregues a partir do final de 2025.
O novo modelo da família A320neo promete ser um divisor de águas no transporte aéreo internacional. A razão é seu imenso alcance, de até 8.700 km, além da capacidade de 240 passageiros em classe única.
Mas afinal como o A321XLR pode mudar a malha de voos da LATAM no futuro? Difícil dizer com certeza diante do tempo que ainda falta para o avião entrar em serviço, mas é possível antever algumas possíveis rotas que o jato da Airbus poderia viabilizar.
Hoje a LATAM mantém uma frota de longo alcance apenas com aeronaves widebodies como os Boeing 767, 777 e 787. Com exceção do Dreamliner, são jatos pesados e caros de operar, o que dificulta manter algumas rotas.
A boa experiência da Gol e da Azul com o Boeing 737 MAX e o Airbus A320neo em rotas internacionais já antevê o potencial do A321XLR.
Nesse sentido, a variante de ultra longo alcance deverá ser focada em destinos transatlânticos a partir de cidades com demanda média. Pegue-se o exemplo de uma possível ligação direta entre Salvador, na Bahia, e Madri, na Espanha, separadas por cerca de 7.000 km.
A rota é muito popular em voos turísticos e seria mais rentável com uma aeronave mais leve e eficiente como o A321XLR. Outras possibilidades seriam ligar Fortaleza a Nova York em voo direto (6.200 km) ou, quem sabe, Recife a Paris (7.300 km).
Fatores econômicos e mercadológicos
O A321XLR é tão capaz que mesmo cidades na metade sul do Brasil poderiam atingir algumas regiões com boa demanda. A capital federal é uma delas e talvez seja possível ver o Airbus voando para Lisboa, distante 7.300 km de Brasília. Belo Horizonte, por sua vez, poderia facilmente ser conectada a Miami ou Orlando (6.400 km).
Até mesmo o Rio de Janeiro, que sofre um esvaziamento de voos internacionais, poderia se beneficiar do A321 de ultra longo alcance. Joanesburgo, na África do Sul, está a cerca de 7.100 km da capital fluminense, ou seja, dentro da autonomia da aeronave.
Vale dizer que esses hipotéticos voos só podem se mostrar viáveis em análise técnica que envolve mais fatores que a simples distância. Há também o aspecto econômico e mercadológico para escolher uma rota, envolvendo voos alimentadores, horários e espaço na programação de aeroportos, entre outros.
Ainda não se sabe quantos A321XLR a LATAM receberá no futuro nem mesmo qual a parte que caberá à divisão brasileira, mas é bastante natural que ela seja privilegiada nesse sentido por conta da posição estratégica de várias de suas bases no país.
Antes de tudo, será preciso esperar pela certificação do modelo, que é aguardada para 2024. Até lá, haverá mais elementos para entendermos o impacto do A321XLR na LATAM.
também São Paulo-New York, que eu saiba, estaria dentro do alcance.
E como ficam os passageiros? Serão ouvidos como será voar neste avião de corredor único por longas horas. Conforto x custo benefício. Ou pagar mais e viajar no widebody com mais conforto.
Seria interessante uma versão mais longa A321-300, é possível?