Nem mesmo durante o longo período da Guerra Fria, entre as décadas de 1940 e 1990, o mundo esteve tão próximo de uma guerra nuclear como se encontra atualmente, com a tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Desde o início do governo de Donald Trump neste ano, a Casa Branca vem explanando que não vai mais tolerar as provocações de Kim Jong-un, o “líder supremo” da Coreia do Norte, em continuar testando mísseis balísticos e armas nucleares. Já o lado norte-coreano promete uma resposta violenta contra os americanos e seus aliados, caso haja alguma intervenção em seu território.
A Coreia do Norte é um dos nove países do mundo que possuem armas atômicas – os outros são EUA, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão e Israel. O programa nuclear norte-coreano foi iniciado em 1989, ainda de forma clandestina, e tomou forma em 2006, quando o país realizou o primeiro teste com um artefato desse tipo.
A outra parte da ameaça norte-coreana é o desenvolvimento de mísseis capazes de serem lançados de bases terrestres ou a partir de submarinos, armados com ogivas convencionais ou nucleares. A Coreia do Norte afirma ter mais de 1.000 artefatos dessa natureza. Mas afinal, que armas são essas e até onde elas podem chegar?
Scud
Os primeiros mísseis da série Scud foram desenvolvidos no final da década de 1950 pela antiga União Soviética e durante muitos anos figuraram como uma das principais ameaças ao Ocidente. Não só isso, foi um dos principais produtos bélicos de exportação da era soviética, sendo adquirido por dezenas de países, entre eles a Coreia do Norte.
A Coreia do Norte, porém, adquiriu seus primeiros Scud de estoques do Egito, negociados entre 1979 e 1980. Se valendo de engenharia reversa, os norte-coreanos desmontaram e estudaram os mísseis egípcios e, em 1985, criaram uma cópia nacional, o Hwasong-5. Tal como a versão original soviética, foi concebido para ser armado com ogivas de explosivo convencional ou nuclear, ou ainda para ataques químicos.
O Scud norte-coreano atualmente está na quarta geração, chamada Rodong-1. Segundo especialistas, o artefato de curto alcance pode atingir localidades entre 500 km e 1.000 km de distância com precisão. Ou seja, pode alcançar qualquer ponto da Coreia do Sul e partes do Japão.
No Dong
Segundo míssil norte-coreano da escala de alcance, o No Dong é uma evolução do Scud soviético, com maior autonomia e capaz de carregar ogivas mais pesadas. O armamento foi desenvolvido no final da década de 1980, possivelmente com participação do Irã, e testado com um sucesso assombroso na década seguinte: em 1993, a Coreia do Norte alarmou o mundo durante um teste com o equipamento, que caiu em pleno Mar do Japão. Nos anos seguintes ensaios com esse mesmo resultado foram realizados em outras quatro ocasiões.
Cogita-se que o alcance do No Dong, um míssil de médio alcance, fique na faixa dos 1.300 km, o que permite alcançar qualquer ponto do território do Japão. A precisão do armamento, porém, é questionada, por isso não representa um perigo significativo a alvos militares. O uso de ogivas nucleares ou químicas, no entanto, potencializa a ameaça, especialmente contra cidades.
Musudan
O míssil de alcance intermediário Musudan (também conhecido como Hwagong-10) é considerado atualmente o mais perigoso do arsenal norte-coreano. Projetado para ser lançado de bases móveis terrestres ou a partir de submarinos, o artefato tem potencial para realizar ataques surpresa em qualquer parte do globo. O alcance da arma é estimado entre 2.500 km e 4.000 km.
Apresentado em 2010, durante a tradicional parada militar anual da Coreia do Norte, o Musudan já foi testado pelo menos nove vezes, obtendo mais falhas do que sucessos. Os lançamentos bem sucedidos, porém, assustaram, e novamente os japoneses. Em uma das oportunidades o míssil viajou por cerca de 1.000 km e caiu nas imediações do Mar do Japão.
A Coreia do Norte afirma ter mais de 200 mísseis Musudan, capazes de transportar ogivas convencionais ou nucleares. Analistas dos EUA, porém, afirmam que os modelos apresentados durante as paradas militares em Pyongyang são apenas maquetes.
A marinha da Coreia do Norte opera atualmente mais de 80 submarinos (a Marinha do Brasil, por exemplo, tem apenas cinco submarinos), sendo pelo menos seis deles (da classe “Sinpo”, lançada em 2014) com capacidade de lançar os mísseis balísticos Musudan.
KN-08
A Coreia do Norte também entrou no campo de desenvolvimento dos chamados “mísseis balísticos intercontinentais”, armas que se assemelham a foguetes espaciais, inclusive pelo modo de funcionamento. Em 2012, o país apresentou o KN-08, um enorme míssil com cerca de 18 metros de comprimento e possivelmente equipado com uma ogiva nuclear.
São poucas as informações sobre o KN-08. O formato do míssil sugere que seu lançamento pode ser dividido em até três estágios, com alcance estimado entre 7.500 km e 9.000 km. Se lançado a partir da Coreia do Norte, o artefato pode alcançar a costa leste dos EUA, ou então praticamente toda a Europa e outros importantes aliados dos americanos, como o Canadá e a Austrália.
O KN-08 já foi testado duas vezes e, segundo autoridades dos EUA, os dois ensaios falharam. A Coreia do Norte, porém, divulga o contrário. Acredita-se também que o modelo possua uma versão capaz de ser lançado de submarinos, o que aumenta consideravelmente a ameaça.
Taepo Dong 2
O Taepo Dong 2, outro suposto míssil norte-coreano de alcance intercontinental, pode ser uma variação de um foguete desenvolvido originalmente para colocar satélites em órbita no espaço. Não existe nenhuma imagem pública do equipamento e o único teste de que se tem notícia, realizado em 2006, acabou falhando 40 segundos após o lançamento.
O porte do míssil é estimado em 30 metros de comprimento e o peso, na casa das 80 toneladas. Já a ogiva, de material nuclear, pode chegar a cerca de 1.000 kg, o que representa um enorme potencial de destruição, se usado em combate.
Outro risco é o longo alcance do míssil, cogitado em mais de 10.000 km, o que permitiria, por exemplo, atacar o interior dos EUA – mas ainda não o suficiente para alcançar a capital Washington.
Veja mais: Pequenos países com grandes forças aéreas
Sera que tem algum que chega em Brasilia? :o)
A Coreia do Norte é uma das nações que tem uma grande competência em ser varrida do mapa.
A Coréia do Norte não interessa em nada num primeiro momento aos EUA! Imagine a logística para qualquer tipo de ação contra eles! A imensa distância, tem que praticamente atravessar o pacífico todo! Os custos seriam de bilhões apenas em deslocamentos! No entanto aumenta consideravelmente o perigo de “ataques” a distância, e isso fatalmente envolveria misseis, nucleares ou não, algo muito parecido com a crise dos misseis de 1962! O boneco inflável da Coreia fazendo suas provocações e, uma hora ou outra sai alguma “merda” e aí, com o topetudo encrenqueiro do outro lado perdendo a paciência e, pior, a CN faz divisa com a China e Russia…já viu no que pode dar não é?
Engraçado q a 5 cobre quase todo o territorio do Canada mas não chega perto da Colombia
E o Palmeiras ? Não é campeão mundial…