A queda na demanda de transporte aéreo forçada pelo avanço do novo coronavírus está inviabilizando as operações com o gigante Airbus A380. Até o momento, quatro companhias aéreas já aterraram parte de seus aparelhos ou toda frota do tipo numa tentativa de equilibrar seus custos e reduzir as perdas: China Southern, Lufthansa, Qantas Airways e Korean Air.
Único operador do A380 na China, onde a epidemia começou no final de 2019, a China Southern foi a primeira companhia a cortar voos realizados pela aeronave de dois andares. Os cinco exemplares do avião operados pela empresa foram estacionados em fevereiro e ainda não têm um prazo para retomar as atividades.
A Lufthansa seguiu o mesmo caminho e na última sexta-feira (6) anunciou que pretende manter parados seus 14 exemplares do “superjumbo” até meados de maio ou junho (ou além), dependendo no nível de propagação do coronavírus pelo mundo. A empresa alemã tomou essa decisão após registrar uma ocupação média de meros 35% em voos operados com o A380.
Nesta semana, a Qantas Airways também confirmou a paralisação de 10 de seus 12 A380. Os aparelhos mantidos em serviço voam na trecho entre Sydney e Los Angeles, umas das rotas aéreas mais movimentadas do Pacífico. Em comunicado, a companhia australiana informou que as aeronaves ficarão aterradas até setembro.
Uma das empresas aéreas mais afetadas pela crise do coronavírus, a Korean Air já reduziu sua capacidade operacional em quase 80% e analistas apontam até o mesmo o risco da empresa fechar suas portas. Das 145 aeronaves na frota da transportadora sul-coreana, pelo menos 100 estão paradas, incluindo seus 10 exemplares do A380, aterrados no início desta semana. Segundo a companhia, o retorno dos aviões ao serviço está programado para o final de abril, mas esse prazo pode ser adiado.
Com um custo operacional altíssimo, estimado em cerca de US$ 30.000 (cerca de R$ 141.000 na cotação atual) por hora de voo, o A380 é um avião comercial que em hipótese alguma pode voar com poucos passageiros. Quando isso acontece, o prejuízo é certo.
O maior avião de passageiros do mundo é operado atualmente por 15 empresas aéreas. Além das companhias já citadas e que aterraram suas frotas, o A380 também voa com a Singapore Airlines, Emirates, Air France, Malaysia Airlines, Thai Airways, British Airways, Asiana Airlines, Qatar, Etihad, All Nippon Airways e empresa de wet-lease Hi Fly.
Com a maioria dos operadores do A380 concentrados no Oriente Médio e Ásia, onde estão os maiores focos do novo coronavírus, é esperado que mais empresas estacionem seus superjumbos. Qual será a próxima?
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Parabéns pela matéria sobre a situação das companhias e suas aeronaves. Uma ótima seleção e comentários sobre as mesmas ?