No último dia 23 dezembro, quatro jatos Airbus A340-300 decolaram com alguns minutos de diferença do aeroporto internacional de Johanesburgo, na África do Sul, e seguiram em voo direto para Teerã, capital do Irã. O plano de voo original dessas aeronaves, no entanto, mencionava o Uzbequistão como destino final, mas elas nunca chegaram lá.
A situação no mínimo curiosa foi relatada pelo site Scramble. De acordo com a página, as quatro aeronaves pertenceram à companhia Turkish Airlines, da Turquia, e estavam armazenadas na África do Sul desde 2019, em nome de uma empresa de Hong Kong chamada Avro Global Limited.
Ainda segundo o website, os jatos que deixaram Johanesburgo são os A340 com números de série MSN115, MSN180, MSN270 e MSN331. Para tornar o caso mais insólito, os aviões decolaram usando registros de Burkina Faso (XT-AKA, XT-AKB, XT-AKK e XT-ALM) e voos foram classificados com o código MAN, que é usado pela companhia iraniana Mahan Air.
Devido às sanções comerciais impostas contra o Irã e que impedem as companhias locais de comprarem novas aeronaves, a página indica que os A340 desviados para Teerã podem ser parte de “alguma transação clandestina” efetuada pela Mahan Air, que é uma das maiores empresas aéreas do Irã. A transportadora, porém, ainda não comentou o assunto.
Irã tem frota de aviões comerciais do passado
Por conta dos embargos econômicos, o transporte aéreo no Irã depende de uma frota de aviões já bastante antigos. Grandes empresas do país, como Iran Air, Kish Air e Mahan Airlines operam jatos que praticamente já deixaram de voar no Ocidente como o Boeing 747-200, Fokker 100 e o Airbus A340, que tem no país do Golfo Pérsico um de seus últimos refúgios.
Os aviões comerciais mais novos em uso no país são justamente a última leva de jatos Airbus e turboélices ATR que foram autorizados a serem entregues à Iran Air entre 2016 e 2018. Nessa época, a venda das aeronaves foi liberada por Barack Obama, ex-presidente dos EUA que tinha Joe Biden como vice. Porém, em 2019, sob a administração de Donald Trump, Washington voltou a subir as barreiras econômicas contra o Irã e assim permanecem até hoje.