A Real Força Aérea do Reino Unido (RAF) decidiu antecipar a aposentadoria de todos os C-130 Hercules de sua frota para 2023. A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa britânico nesta segunda-feira, 22.
“À medida que a frota de transporte aumenta a disponibilidade, vamos aposentar o C130-J Hercules em 2023, após 24 anos de serviço. Vinte e dois A400Ms, ao lado dos C17s, proporcionarão uma frota de transporte mais capacitada e flexível”, disse o comunicado.
O turboélice A400 Atlas, de maior capacidade, assumirá o papel da aeronave da Lockheed Martin, incluindo 14 unidades do modelo C-130J, recebidas no final de 1990 e que deveriam permanecer em serviço até os anos 2030.
O governo britânico anunciou a maior revisão do seu orçamento de defesa desde o fim da Guerra Fria. O Ministério da Defesa também irá trocar os velhos aviões-radar E-3D Sentry pelos E-7 Wedgetail (baseados no Boeing 737) a partir de 2023.
A RAF pretende receber mais caças F-35 enquanto investe no Future Combat Air System (FCAS), caça de 6ª geração desenvolvido em parceria com a Itália e a Suécia.
A força também pretende ampliar o uso de sistemas aéreos não tripulados e irá substituir seus drones Reaper pelo modelo Protector em 2024.
Por outro lado, o governo retirará de serviço outras aeronaves mais antigas como 24 caças Eurofighter Typhoon de primeira geração, nove helicópteros Chinook e 20 Super Puma.
Menos versátil
A despeito da grande capacidade, o A400M deve tornar a RAF menos apta a operar em diversos cenários. O C-130 é conhecido pela versatilidade e confiabilidade além de oferecer uma capacidade de carga de cerca de 22 toneladas num porão de carga de 170 m³. O quadrimotor turboélice da Airbus, por sua vez, possui o dobro de volume interno e pode transportar 37 toneladas de carga.
Nesse sentido, o novo jato de transporte tático C-390 Millennium, da Embraer, poderia ser uma boa opção para a RAF. Embora tenha um alcance menor, o avião brasileiro transporta 23 toneladas e é mais veloz que o A400M – 870 km/h de velocidade de cruzeiro contra apenas 550 km/h do turboélice.