De nada adiantaram os meses de análise da Aeronáutica sobre qual seria o melhor caça para uso na defesa aérea do país. O presidente Lula fez valer seu entendimento que é mais importante hoje um bom acordo global com a França que dar à FAB o melhor equipamento possível.
Lamentável porque a Força Aérea passou décadas com um modelo obsoleto sem capacidade de combate fabricado justamente pela mesma empresa do Rafale, a Dassault. E agora terá de aceitar uma imposição política em sua frota, um caça caro de comprar, manter e operar – segundo estimativas, duas vezes a hora de voo do F/A-18 e quase quatro vezes mais que o Gripen.
Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, o Rafale havia sido reprovado pela FAB, embora não tenha sido informado qual dos dois modelos remanescentes era preferido. Até mesmo o pretexto para escolha do caça francês – a transferência de tecnologia – não seria real, de acordo com o jornal. Fornecedores ouvidos teriam dito que o Gripen era o mais indicado nesse caso.
Dificilmente alguém acreditaria que algum órgão oficial irá contestar o presidente, mas a compra dos caças Rafale ainda parece longe de uma definição clara.