Ranking “esquece” aeroportos consagrados e lista terminais brasileiros entre os mais bem avaliados no mundo

Recentemente, a organização de defesa de passageiros AirHelp divulgou seu ranking de melhores aeroportos no mundo em 2022. Para surpresa geral, alguns aeroportos brasileiros apareceram entre os mais bem colocados. Guararapes, em Recife, foi considerado o 2º melhor no globo, só perdendo para o tradicional Haneda, de Tóquio.

Os resultados positivos dos terminais do Brasil não pararam por aí. Viracopos, em Campinas, apareceu como 4º melhor, seguido de perto por Confins (Belo Horizonte) em 6º e Congonhas, em São Paulo, como 7º colocado. A lista ainda cita Brasília (11º), Guarulhos (13º) e Santos Dumont (16º) entre os 151 aeroportos cujos resultados foram divulgados no site da empresa.

Embora o resultado possa ter motivado comemorações e reconhecimento – parte dos aeroportos acima não perdeu a chance de exaltar o fato -, o ranking da AirHelp destoa – e muito – de outras listas divulgadas no exterior.

A mais famosa delas, produzida pela SkyTrax, apresentou um ranking bem diferente, onde não há qualquer aeroporto brasileiro entre os 100 mais bem colocados. O terminal sul-americano mais bem posicionado é Bogotá, em 35º lugar – nesse caso, ele também ocupa uma posição próxima na AirHelp (29º).

Em ambos os casos, as notas são obtidas graças à colaboração de passageiros relatando a satisfação com aeroportos e companhias aéreas, entre outros critérios analisados.

O problema é que a AirHelp destaca não só alguns aeroportos brasileiros como também terminais localizados nos Estados Unidos, país onde o transporte aéreo tem níveis de utilização muito elevados, tornando seus aeroportos mais funcionais do que confortáveis e bem avaliados.

Aeroportos consagrados ignorados pela AirHelp

Mas é por ignorar aeroportos consagrados que o ranking da AirHelp causa enorme perplexidade. Veja o caso do Changi, de Cingapura, há muitos anos considerado um dos melhores aeroportos do mundo. Enquanto ele é o 2º no ranking da SkyTrax, ocupa um modesto 23º lugar na AirHelp.

Difícil crer que o moderno, espaçoso e luxuoso terminal possa ser pior do que o acanhado e velho Congonhas, com suas deficiências crônicas de pontes de embarque, espaço nas salas de espera e pátios.

Entre as distorções mais chamativas, no entanto, estão o Charles de Gaulle (6º no SkyTrax e 115º no AirHelp) e o novo aeroporto de Istanbul (8º na SkyTrax e 121º na AirHelp).

Além disso, a startup que ajuda os passageiros a conseguir indenizações junto às companhias aéreas aparentemente não incluiu aeroportos chineses em seu ranking. O sempre bem avaliado terminal de Hong Kong ou o Aeroporto de Guangzhou, por exemplo, inexistem em sua lista.

AIRWAY pediu explicações à AirHelp para entender como ela chegou a resultados tão distintos. Um dado ressaltado pela empresa chama a atenção, o peso elevado dado à pontualidade (60% da nota), que poderia ser um dos motivos das distorções apresentadas.

Confira a resposta enviada ao site:

“O ranking AirHelp Score é elaborado a partir da combinação de várias fontes de dados, a fim de calcular o desempenho de uma companhia aérea ou aeroporto. A AirHelp cruza suas estatísticas com uma variedade de fontes confiáveis, incluindo agências governamentais, bancos de dados aeroportuários, fornecedores de rastreio de voo e recursos históricos. Também leva em conta a opinião de passageiros aéreos sobre as companhias aéreas e aeroportos utilizados por eles recentemente. 

Nesta edição foram avaliados 151 aeroportos, contando com cerca de 10 mil avaliações de usuários de 30 países. O levantamento foi realizado com base em dados de janeiro a outubro deste ano e estruturado em três temas centrais: pontualidade, opinião dos clientes quanto aos serviços oferecidos (equipe do aeroporto, tempo de espera, acessibilidade e limpeza) e lojas e restaurantes. Para os aeroportos, o fator de maior peso é o desempenho pontual (60% da pontuação).”

Confira os 20 aeroportos mais bem avaliados pelo ranking da SkyTrax e suas posições na lista da AirHelp: