A companhia aérea espanhola de baixo custo Volotea realizou no domingo, 10 de janeiro, os últimos voos de passageiros do raro Boeing 717 na Europa. Dos 19 jatos operados pela empresa, nove deles ainda permaneciam em sua frota, embora apenas dois aparelhos estavam listados como ativos. A primeira aeronave do tipo foi recebida pela transportadora em 2011.
Apesar de ser uma empresa com sede na Espanha, os voos de despedida dos 717 da Volotea foram trechos domésticos na Itália. Nos próximos dias, eles serão enviados ao cemitério de aeronaves em Victorville, nos EUA, onde devem ser desmantelados.
Com a retirada dos 717, a frota da Volotea agora é composta somente por jatos Airbus A319, com um total de 20 aeronaves. A empresa ainda vai receber mais três modelos iguais em breve.
Último jato comercial da McDonnell Douglas
O avião hoje conhecido como 717 na verdade foi o último jato de passageiros projetado pela McDonnell Douglas, que se fundiu com a Boeing em 1997. A aeronave foi lançada originalmente em 1991 com o nome MD-95, a última variante do bimotor comercial que nasceu com o nome DC-9.
O nome MD-95, no entanto, nunca chegou a estrear no mercado. Após a mudança de comando na McDonnell Douglas, o avião foi rebatizado como 717. As primeiras entregas começaram somente em 1999 e a produção da aeronave foi encerrada pela Boeing em 2006, com 156 unidades construídas.
Indicado para operações regionais, o 717 foi o menor jato comercial produzido pela Boeing depois do tradicional 737. Segundo dados do fabricante, o modelo tem capacidade para embarcar até 117 passageiros e alcance de 3.815 km.
Apesar da força da Boeing no mercado de aviação comercial, o 717 não teve tempo de fazer sucesso e rapidamente foi superado por outros jatos regionais mais avançados, como foi o caso dos Embraer E-Jets, últimas versões do Bombardier CRJ ou até mesmo a dupla Airbus A318 e A319.
Operadores finais do Boeing 717
Com o fim da carreira na Volotea, o Boeing 717 agora segue voando com apenas três companhias aéreas. A maior frota pertence a Delta Air Lines, com 65 aeronaves, seguido da Qantas Link (divisão regional da australiana Qantas Airways) com 20 aparelhos, e a Hawaiian Airlines, que atualmente possui 19 jatos do tipo em serviço.
Entretanto, tanto a Delta como a Hawaiian planejam desativar seus 717 até meados de 2025.
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