Afetado de forma muito mais profunda pela pandemia, o tráfego aéreo internacional no Brasil tem se resumido a rotas essenciais e voos de repatriação. Mas esse cenário tem mudado lentamente nas últimas semanas com a retomada de frequências por algumas companhias aéreas.
A baixa demanda, no entanto, tem obrigado muitas dessas empresas a escolher um destino como prioritário e ele invariavelmente tem sido São Paulo. O Aeroporto de Guarulhos, maior hub internacional na América do Sul, concentra a grande maioria dessas rotas, mas o quadro promete se desequilibrar ainda mais nos próximos meses já que outros destinos conhecidos na região como o Rio de Janeiro e Buenos Aires têm sido preteridos nessa fase de recuperação.
Uma das primeiras companhias a anunciar o retorno ao continente foi a Emirates, porém, apenas na rota Dubai-São Paulo no começo deste mês. A empresa, por outro lado, optou por encerrar o voo que atendia o Rio de Janeiro e a capital argentina. Também em agosto, a British Airways voltou a voar para a capital paulista (além de Buenos Aires), mas marcou a retomada da rota Londres-Rio para setembro.
Nesta semana foi a vez da Qatar Airways eliminar a extensão do voo entre Doha e São Paulo que atendia Buenos Aires. A decisão é definitiva e motivou o fechamento da base no país vizinho. Pesa contra a Argentina o fato de o governo local ter instituído uma quarentena muito agressiva, que praticamente isolou o país. Antes prevista para ser flexibilizado em setembro, o ‘lockdown’ foi estendido até novembro, tornando a situação das companhias aéreas privadas do país insuportável.
Por outro lado, a Qatar reafirmou seu compromisso com o Brasil. “Seguimos fortes com voos diários em nossa aeronave com responsabilidade e sustentabilidade, o A350-1000. A decisão da Argentina não afeta em absolutamente nada o voo São Paulo-Doha”, disse a empresa em nota.
Rio postergado
O Aeroporto do Galeão, segundo mais importante hub internacional brasileiro, também sofre com uma malha modesta. Além de ser ofuscado pelas rotas do Santos Dumont, o terminal tem visto seus voos oriundos do exterior minguarem. Duas companhias tradicionais na cidade decidiram postergar seu retorno, a Iberia e a Alitalia.
A companhia espanhola só deve voltar a voar para o Rio em dezembro enquanto São Paulo já verá seus voos de Madri em setembro. A problemática empresa italiana, por sua vez, reprogramou seus voos apenas para março de 2021 – Guarulhos deve voltar a ser atendido em novembro.
Entre as americanas, a situação é menos desigual. A American Airlines enxugou suas rotas para o Brasil, cancelando o voo São Paulo-Los Angeles e suspendendo as frequências entre Miami e Rio, e São Paulo-Nova York e São Paulo-Dallas para dezembro. Já o voo sazonal Rio-Nova York deve ocorrer em 2021 – a única rota ativa é Guarulhos-Miami desde agosto.
A Delta, que retomou o voo São Paulo-Atlanta em agosto, deve voltar a voar entre capital paulista e Nova York no final de setembro, e entre o Rio e Atlanta, em dezembro. A United, por sua vez, é a que manteve sua malha menos inalterada, com a rota SP-Houston mantida e o voo SP-NY retomado em agosto. Em outubro, a empresa esperar voltar a voar entre o Rio de Janeiro e Houston, e São Paulo-Chicago e Washington.
A capital carioca manteve os voos da Air France (Paris), KLM (Amsterdam) e TAP (Lisboa) nos últimos meses e deve voltar a receber aviões da Edelweiss vindos da Suíça em outubro. A Lufthansa, no entanto, segue sem previsão de retorno assim como as empresas Copa, Norwegian Air, Paranair e Aerolíneas Argentinas.
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Palhaçada. Eu não voo de São Paulo, pior para essas empresas que insistem com essas atitudes. Todos os cariocas não deveriam se sujeitar a fazer conexão em São Paulo, assim como os estrangeiros que vierem ao Rio. Com as viagens de negócios, com perspectivas de nunca mais voltarem a serem como antes, queria ver Guarulhos bombar sem conexões.