A Mitsubishi Aircraft Corporation anunciou nesta segunda-feira (23) que a primeira entrega do jato MRJ90, antes prevista para 2018, foi adiada para o segundo semestre de 2020. Segundo a fabricante japonesa, a mudança no cronograma ocorreu devido a necessidade de “revisão em determinados sistemas e configurações elétricas da aeronave para atender os requisitos de certificação”. Esse já o quinto atraso no programa de desenvolvimento da aeronave.
A primeira entrega do MRJ (Mitsubishi Regional Jet), cujo desenvolvimento foi iniciado em 2003, era originalmente planejada para o primeiro trimestre de 2014. No entanto, devido aos atrasos, o primeiro voo da aeronave aconteceu somente em novembro de 2015. Até o momento, a fabricante japonesa construiu quatro protótipos do MRJ90, sendo que três deles estão voando nos Estados Unidos, onde a maioria dos testes é realizado – outros dois modelos, também para ensaios de voo, estão sendo fabricados no Japão.
O primeiro cliente dos jato japonês será a companhia aérea All Nippon Airways (ANA), do Japão. A companhia já encomendou 10 unidades do MRJ90, versão concebida para transportar de 81 a 92 passageiros e com alcance de até 3.770 km. A outra versão, o MR70, com espaço para até 80 ocupantes e autonomia de 3.740 km, ainda não tem nenhum interessado. Ao todo, a Mitsubishi recebeu 243 pedidos firmes pela aeronave – e opção para mais 204 exemplares.
O MRJ é o primeiro avião comercial com motores a jato desenvolvido no Japão (não confundir com o HondaJet, uma aeronave de transporte executivo). A última vez que indústria japonesa se aventurou na avição comercial foi com o bimotor turbo-hélice NAMC YS-11, produzido entre 1962 e 1974.
No Brasil, o YS-11 ficou conhecido como “Samurai”, onde voou com as cores da antigas companhias aéreas Cruzeiro do Sul e VASP.
Pelo porte e desempenho, a futura série de aeronaves da Mitsubishi vai concorrer com os Embraer E-Jets e os Bombardier C Series.
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Apesar da matéria falar a Mitsubish não é rival da Embraer, no máximo opera sua UNICA aeronave em uma classe aonde a embraer e consolidada. A verdadeira rival da EMBRAER e a Bombardier, essa sim briga pau a pau com nossa industria. A nipônica tem somente uma aeronave na classe de 90 assentos, enquanto a EMBRAER tem quatro modelos disputando ate a classe de 130 assentos. Alem do mais tem os atrasos do modelo, sem falar que ela esta no minimo 20 anos atrasado no mercado de aeronave de 100 acentos. Por essa e outras que mesmo sendo um abela aeronave eles estão muito longe de ser rivais.
O YS-11 “Samurai” era ruim demais, vibrava tanto que os dentes dos passageiros quase trincavam alem de ser muito barulhento, um horror!
Interessante que o Japão é outra grande potencia, alem dos russos, que nunca deu certo com a aviação comercial.
A indústria aeroespacial Japonesa não é estúpida e muito provável não precise aprender com outras indústrias congêneres como a Embraer, como tenho ouvido falar. O atraso na entrega da aeronave não é bem vindo para os operadores e fabricante, mas demonstra grande preocupação na construção perfeita do modelo e confiança para segurar as encomendas. O país tem também uma indústria e tecnologia espacial avançada. Quando o Brasil não conseguia nem fabricar um automóvel (que veio através de multinacional), o Japão já fabricava aeronaves. Essas testadas em duas guerras, da Indochina e 2 Guerra Mundial. Com a derrota na 2 Guerra Mundial, tanto Japão como Alemanha foram proibidos de fabricar aeronaves. A Alemanha consegui realmente o desbloqueio total da atividade com o mega consorcio Airbus no voo do A300 em 1972, o Japão produz aeronaves militares modernas mas continua restrito para exportação. Veja que bela e moderna aeronave é o Kawasaki C-X, parece o irmão maior e mais pesado do Embraer KC390. Atualmente, 65 empresas nipônicas são fornecedoras da Boeing, esta possui escritórios no país desde 1953. E 35% do Boeing B787 são fabricados no Japão. Falar que os nipônicos tem muito que aprender com a Embraer, é subestimar a concorrência. Nessa indústria não tem junior, nem amadores, nem pouco dinheiro envolvido. Na verdade, quanto mais construtores de aeronaves, melhor para as companhias de linha aérea e para os passageiros. Sem dúvida, Embraer e Bombardier serão os expoentes máximos. Mas devemos considerar os outros pretendentes a esse fabuloso mercado e suas segmentações, Comac da China, Sukhoi da Rússia, Antonov da Ucrânia, que agora em janeiro assinou com EU (União Europeia) um acordo para certificar suas fábricas, componente e aeronaves de acordo com a EASA e por conseguinte FAA. O processo levará 5 anos até a certificação completa. E os ucranianos são um dos poucos países no mundo que fabricam do parafuso ao motor aeronáutico. Praticamente todos os componentes são fabricados na Ucrânia. O Antonov An178 já é um concorrente do KC390 da Embraer. E por último o Mitsubishi MRJ-70-90 e MRJ100, motivo dessa nota. Podemos ainda considerar mais dois pretendentes que estão em gestação. Saudações a todos!