A Rolls-Royce sagrou-se vencedora do programa B-52 CERP (Commercial Engine Replacement Program) da Força Aérea dos EUA (USAF) destinado a substituir os motores TF-33 dos bombardeiros B-52H por um turbofan mais moderno e eficiente.
A concorrência foi lançada há cerca de cinco anos após a USAF avaliar projetos de atualização do veterano bombardeiro da Boeing, entre eles instalar quatro motores mais potentes no lugar dos oito TF-33.
No fim, a Força Aérea considerou a substituição por um motor de origem civil mais atraente e simples a fim de prolongar a vida útil da aeronave até pelo menos 2050.
O programa teve a participação das três maiores fabricantes de motores de aviação e chama a atenção o fato de a RR ter derrotado duas concorrentes dos EUA, a GE e a Pratt & Whitney.
A Rolls-Royce escolheu o turbofan BR725, utilizado em jatos executivos da Bombardier e Gulfstream, cujas versões militares operam na USAF.
A PW oferecia o PW800, da família de motores que equipa os jatos regionais E2 da Embraer e o Airbus A220. Já a GE propõs dois modelos, o conhecido CF-34 (usado na primeira geração dos E-Jets e no CRJ) e o novo PassBombardier Global 7000 faz sua primeira aparição públicaport.
O contrato com a Rolls-Royce chega a mais de US$ 2,6 bilhões (cerca de R$ 13,9 bilhões) e inclui, além dos 608 motores, suporte técnico, dados de engenharia, equipamentos de apoio e serviços associados.
Apesar da origem britânica, o motor F130 será fabricado nos EUA, numa unidade em Indianapólis, no estado de Indiana. Os dois primeiros B-52H deverão ser convertidos até 2025 e então passarão a ser utilizados em voos de testes para certificação.
O primeiro lote operacional deverá ser concluído até o final de 2028 e todo o processo de conversão, finalizado em 2035.
O novo motor F130 reduzirá custos de manutenção, emissão de poluentes e tornará os B-52H ainda mais capazes ao proporcionar uma autonomia superior comparada ao motor TF33.
“O Programa de substituição do motor do B-52 é a atualização mais importante e abrangente para o B-52 em mais de meio século”, disse o General Jason Armagost, responsável pelo projeto. “O B-52 é o principal avião da força de bombardeiros do país e esta modificação permitirá que eles continuem sua missão até 2050”.
O B-52 entrou em serviço na Força Aérea dos EUA em 1955 e desde então é o principal bombardeiro estratégico do país, mesmo após o surgimento de jatos mais velozes e avançados como o B-58 Hustler, o B-1B Lancer e o B-2 Spirit, o primeiro do gênero stealth (furtivo).
Certamente a escolha baseou-se na já existência de conhecimento deste tipo de motor por parte da Força Aérea, o motor da P&W é muito mais eficiente.