A Rolls-Royce anunciou nesta segunda-feira, 28, ter realizado com sucesso o primeiro teste de um motor aeronáutico funcionando com hidrogênio. O teste de solo ocorreu em uma instalação ao ar livre na base militar de MoD Boscombe Down, no Reino Unido.
Para isso, a Rolls-Royce adaptou o motor turboélice AE 2100-A, que equipa aeronaves como o C-130J Herclues e o C-27J para funcionar com hidrogênio. O combustível foi fornecido pela EMEC (European Marine Energy Centre), que foi obtido por um processo limpo.
O projeto conta com o apoio da companhia aérea de baixo custo EasyJet e é inspirada na campanha global Race to Zero, da ONU, e que pretende zerar as emissões de carbono até 2050.
“O sucesso deste teste de hidrogênio é um marco emocionante. Anunciamos a nossa parceria com a easyJet apenas em julho e já começamos de forma incrível com esta conquista histórica. Estamos ultrapassando os limites para descobrir as possibilidades de carbono zero do hidrogênio, o que pode ajudar a remodelar o futuro do voo”, disse Grazia Vittadini, CTO da Rolls-Royce.
Segundo a fabricante de motores britânica, o próximo passo será analisar os resultados dos testes de solo para subsidiar o desenvolvimento de uma versão a hidrogênio do motor a jato Pearl 15, que hoje é usado em jatos executivos.
Motor para aviões pequenos em meados de 2030
Em julho, a Rolls-Royce anunciou planos de desenvolver motores com tecnologia híbrida-elétrica e por hidrogênio. A meta é colocar no mercado um propulsor verde para aeronaves de pequeno e médio porte em meados dos anos 2030.
A empresa também particida de estudos com a Embraer e a companhia aérea WiderØe para o desenvolvimento de aeronaves regionais tanto por propulsão híbrido-elétrica quanto por hidrogênio.
O hidrogênio é apontado pela Airbus como a tecnologia mais promissora para reduzir as emissões nas aeronaves comerciais de grande porte. Já a Boeing ainda reluta em considerar esse gás como solução ideal no futuro.