A Força Aérea Romena confirmou nesta semana que desativará a frota de caças MiG-21 LanceR no próximo dia 15 de maio. A aposentaria das aeronaves, que voam no país há 61 anos, será celebrada com várias cerimônias com voos de despedida em bases aéreas que operam os antigos jatos de origem russa.
A decisão em dar baixa nos MiG-21 romenos neste ano foi tomada pelo Conselho Supremo de Defesa da Romênia em maio de 2022, mas ainda não havia uma definição sobre a data de retirada.
O substituto do MiG-21 na Romênia é o Lockheed Martin F-16. Atualmente, Bucareste tem 12 exemplares do caça fabricado nos Estados Unidos, que foram adquiridos de segunda mão em 2006 da Força Aérea Portuguesa. O país também já confirmou a compra de 32 exemplares adicionais do F-16, adquiridos usados da Força Aérea da Noruega e que devem ser entregues a partir deste ano.
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Outro caça que deve chegar às mãos dos romenos até o fim desta década é o modelo de quinta geração F-35A Lightning II, da Lockheed Martin. A seleção da aeronave foi anunciada pelo Conselho Supremo de Defesa da Romênia no mês passado. Informações sobre a quantidade de aeronaves que devem ser encomendadas ainda não foram divulgadas.
Com a desativação do MiG-21 na Romênia, o último país da Europa a contar com o antigo caça russo será a Croácia, que ainda opera cerca de 12 modelos do tipo. Os exemplares da frota croata, no entanto, serão desativados até 2024 e substituídos pelo jato francês Dassault Rafale.
A frota de MiG-21 da Romênia está parcialmente aterrada desde abril de 2022. A suspensão das atividades com a aeronave se deu após a queda de um modelo do tipo em março do ano passado, próximo a fronteira com a Ucrânia. A missão de resgate para encontrar o piloto do caça também resultou em tragédia, com a queda do helicóptero de busca na mesma região. Os dois acidentes deixaram oito militares romenos mortos.
Herança soviética com upgrade de Israel
Os caças MiG-21 são uma das últimas peças da herança soviética na força aérea da Romênia, que recebeu os primeiros aparelhos em 1962. Nesse tempo, o país era um dos membros da extinta aliança militar do Pacto de Varsóvia, que era liderada por Moscou.
Após a queda da União Soviética em 1991, a Romênia fortaleceu seus laços com o Ocidente até entrar para a OTAN, em 2004. Com os novos aliados, as forças romenas passaram a renovar seus arsenais com equipamentos ocidentais, embora num ritmo reduzido por falta de verbas.
Sem recursos para adquirir novas aeronaves, a força aérea romena optou na década de 1990 por renovar os MiG-21, por meio programa LanceR desenvolvido pela israelense Elbit Systems. Entre 1993 e 2002, 110 caças da frota romena passaram pela atualização, que incluiu aviônicos digitais e sistemas de armas de maior alcance.