A fabricante de motores Rolls-Royce anunciou quarta-feira (1) o início da fase de testes do turbofan F130 que será empregado na futura versão reformulada do bombardeiro B-52 Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). As provas são conduzidas ao ar livre nas instações da empresa no NASA Stennis Space Center no estado do Mississippi.
Em setembro de 2021, a USAF escolheu a Rolls-Royce para remotorizar os B-52H da frota ativa. Os bombardeiros operados nos EUA voam com os motores turbofan Pratt & Whitney TF-33-PW-103 desde a década de 1960. Esse motor é a versão militar do JT3D, que impulsionava os clássicos jatos comerciais Boeing 707 e Douglas DC-8. Cada Stratofortress possui oito propulsores.
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Novo turbofan escolhido para o B-52, o F130 é a versão militar do motor BR700, presente, por exemplo, em jatos executivos da Gulfstream e no antigo modelo comercial Boeing 717. Com essa atualização, espera-se que os velhos “BUFF” continuem em serviço até pelo menos 2050, quando o modelo estará perto de completar 100 anos de seu primeiro voo – realizado em 15 de abril de 1952.
“A Rolls-Royce continua a trabalhar em estreita colaboração com a Força Aérea e a Boeing para garantir que o processo de teste e integração do motor funcione sem problemas. Isso resultará em maior eficiência de combustível, requisitos reduzidos de reabastecimento aéreo e custos de manutenção significativamente menores para a frota de B-52”, celebrou Candice Bineyard, Diretora de Programas de Defesa da Rolls-Royce.
De acordo com o fabricante de motores, os primeiros ensaios com o novo turbofan para o B-52 tiveram resultados “muitos positivos”. Até o momento, o propulsor foi submetido a provas de fluxo aerodinâmico de vento cruzado e avaliações dos controles digitais do motor. A empresa também comemorou o fato desta ser a primeira vez que o F130 é testado em naceles com suportes para dois motores, que é uma das principais características do veterano bombardeiro dos EUA.
A USAF pretende completar as atividades de integração do novo motor e reintegrar o primeiro lote de aeronaves atualizadas entre 2026 e 2027. Mais modernos e eficientes, os motores F130 vão reduzir o consumo de combustível da aeronave, aumentando o alcance de voo do bombardeiro. A manutenção dos turbofans da Rolls-Royce também será simplificada em relação aos antigos TF-33. O primeiro voo da aeronave remotorizada é esperado para 2025.
Além dos novos motores, a “nova geração” do B-52 também será equipada com um novo radar AESA, o modelo APG-79 (igual ao usado no caça F/A-18E/F Super Hornet). Outra novidade no bombardeiro será o sistema BOCS, um dispositivo para transportar cargas no porão de bombas. Após receber essas alterações, é possível que o bombardeiro receba duas redesignações à medida que as modificações avançam, tornando-se o B-52J ou possivelmente o B-52K.
O B-52 entrou em serviço com a USAF em 1955 e desde então é o principal bombardeiro estratégico do país, mesmo após o surgimento de aeronaves mais velozes e avançadas como o B-58 Hustler, o B-1B Lancer e o modelo furtivo B-2 Spirit. Na próxima década, o Stratofortress terá a companhia do B-21 Raider, bombardeiro stealth de última geração que é projetado pela Northrop Grumman.
Dúvida de leigo mesmo. Os motores dos jatos mais modernos, como o 737 MAX ou 787 não poderiam ser adaptados nas asas do B-52, usando 4 deles ao invés de 8?
Boa pergunta, Fernando. A Força Aérea dos EUA já pensou mesmo nisso. A ideia era simplificar a manutenção do jato, mas as modificações foram consideradas muito extenas e optou-se por uma substituição simples. Nos anos 60, chegaram a equipar um bombardeiro com o motor JT9D, usado no Boeing 747. Veja: