Após muita especulação, a conglomerado estatal United Aircraft Corporation (UAC), da Rússia, admitiu que não é mais parceiro na joint venture CRAIC com a chinesa COMAC no projeto da aeronave widebody CR929. A empresa russa, no entanto, seguirá atuando no desenvolvimento do avião como o principal fornecedor.
A mudança de papel dos russos no projeto CR929 foi confirmada ontem (21) por Yury Slyusar, diretor geral da UAC, durante uma entrevista coletiva no fórum militar “Army-2023”, em Moscou.
“Todos os líderes mundiais de tecnologia que cooperaram conosco e com os chineses no projeto interromperam esta cooperação”, disse Slyusar, culpando as sanções impostas à Rússia devido à invasão da Ucrânia.
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O diretor da UAC não revelou, por ora, quais serão as atribuições da empresa no desenvolvimento do CR929, mas que considera “várias opções de cooperação” com a COMAC. Entre alguns exemplos, o executivo citou o fornecimento de motores e uma asa de material composto fabricados na Rússia como formas de colaboração no projeto.
A formação do consórcio CRAIC (de China-Russia Commercial Aircraft International Corporation/Corporação Internacional de Aeronaves Comerciais China-Rússia) foi anunciado pela COMAC e a UAC em junho de 2016. Na ocasião do anúncio, as empresas tinham a expectativa de colocar o CR929 em serviço até meados de 2027.
A COMAC, embora ainda não admita oficialmente, já trata o CR929 como um produto de seu catálogo. No Paris Air Show, o estande da empresa chinesa apresentou imagens digitais da aeronave com o dizeres “COMAC wide-body” estampados no avião e sem a logomarca da UAC. Se assim for, é provável que o jato seja renomeado como C929 em algum momento.
Widebody de porte semelhante ao do Airbus A330, o CR929 é projetado para transportar entre 258 e 440 passageiros com alcance de até 12.000 km. Mesmo com a saída da UAC do projeto, a COMAC deve continuar o desenvolvimento da aeronave por conta própria no intuito de atender a demanda de companhias aéreas da China.
Resumindo: a COMAC meteu o pé na UAC simplesmente por não querer entrar na lista negra de empresas “sujas”.
A gigante chinesa com certeza percebeu a fria que poderia entrar se mantivesse essa parceria.
Penso diferente, acho que a COMAC queria a parceria da UAC para adquirir know-how e, aí sim, chutá-la para escanteio. Pelo visto, conseguiram o suficiente para tomar esse passo. Se os russos não são confiáveis, os chineses são piores ainda.
Incrível como os russos conseguem não ganhar quase nenhum mercado, e ainda perder os poucos que tinham… Tem um atraso mental nestes caras, a gente não consegue achar nenhum produto de consumo russo em lugar nenhum, ficam lá sentados em cima da exportação de petróleo e gás nas maõs de bilionários, e no interior a população morando naquelas vielas cheias de barro…