Revelado pelo TsAgi (sigla para o Instituto Central de Aerohidrodinâmica russo) em 2017, o projeto de um novo jato cargueiro de grande capacidade tem avançado nos últimos meses. O instituto revelou há poucas semanas algumas características do novo avião que é planejado como sucessor local do conhecido An-124 Ruslan.
Apesar de ter a mesma configuração do avião da Antonov, o novo cargueiro, codinome “Slon” (Elefante), será maior e mais eficiente que ele. Segundo informações preliminares, o novo quadrirreator de asa alta será capaz de transportar 150 toneladas de carga por um percurso de 7.037 km ou até 180 toneladas a uma distância de pouco mais de 4.900 km.
O segredo para esse desempenho está não só no tamanho – 82,3 metros de comprimento e 88 metros de envergadura -, mas sobretudo nas asas com perfil mais eficiente e construídas com material composto, além de turbofans mais modernos PD-35, os mesmos que equiparão o jato widebody sino-russo CR929.
O TsAgi estuda duas opções de fuselagem, uma mais larga, com piso de 6,4 metros de largura e voltada para a Força Aérea da Rússia, e outra mais estreita, porém maior que a do An-124, com 4,5 metros de largura e que teria como cliente inicial a companhia cargueira russa Volga-Dnepr. Apesar do avanço, não há ainda um pedido oficial do Kremlin para que o avião de carga saia do papel.
Antonov chinês
A necessidade de produzir um grande avião de transporte de cargas russo surgiu após o rompimento de relações entre a Rússia e a Ucrânia em 2014. Como a Antonov é uma fabricante ucraniana, seus aviões passaram a ser um problema para os russos que optaram por manter as unidades operacionais com a ajuda da Ilyushin.
Sem um grande cliente, a Antonov também teve seus percalços e agora tenta retomar a produção do An-124 e também do gigante An-225 com a ajuda da China.
Veja também: Para retomar produção, Antonov assina acordo com a Boeing