O presidente da Rússia, Vladimir Putin, lançou um novo desafio a indústria aeroespacial no país que ele classificou como uma “tarefa imediata”: fornecer um motor turboélice doméstico ao LMS-901, aeronave utilitária projetada pela Baikal Engineering no intuito de substituir os antigos biplanos Antonov An-2 em serviço no mercado russo.
O LMS-901 é mais projeto russo que foi sufocado pelas sanções impostas por países do Ocidente contra Moscou, devido a invasão russa na Ucrânia em curso desde 24 de fevereiro. A aeronave era proposta originalmente com motor turboélice da General Electric, fabricante dos Estados Unidos que deixou de fazer negócios com os russos.
“A primeira tarefa imediata é um motor de fabricação russa. Será um bom projeto (o LMS-901) para as regiões da Sibéria e o Extremo Oriente (da Rússia), para as companhias aéreas locais. Este é realmente um evento significativo”, disse Putin em reunião com o governador da província de Khabarovsk, Mikhail Degtyarev, conforme relatado pela agência de notícias russa TASS.
Ainda de acordo com a publicação, Putin afirmou que o novo avião “é muito bom: vai pousar na água e na neve com esquis e em pistas pequenas com 300 metros de comprimento”. O mandatário russo acrescentou, de forma errônea, que o LMS-901 será “a primeira aeronave do mundo com um sistema de paraquedas de emergência”. Sistemas de paraquedas de emergência para aviões foram desenvolvidos na década de 1980 nos Estados Unidos e ganharam fama com os aviões da Cirrus Aicraft.
O LMS-901 é um dos projetos aeronáuticos mais recentes da Rússia, iniciado em 2020. A aeronave é um monoplano de asa alta, feito de alumínio, com capacidade para embarcar entre nove e 14 passageiros ou uma carga útil de 2.000 kg. Segundo o fabricante, a aeronave tem a metade do peso máximo do An-2 (que pesa 3.300 kg vazio) e deve alcançar velocidade máxima de 300 km/h e oferecer uma autonomia de 1.500 km. O primeiro voo do modelo foi realizado em janeiro deste ano.