A Rússia está passando por uma fase de rearmamento que vem preocupando os países da União Europeia e os Estados Unidos, relembrando até momentos da Guerra Fria, quando o país ainda pertencia a União Soviética. Após revelar o plano de retomar a produção do bombardeiro Tu-160, os russos também pretendem voltar a fabricar os insólitos ecranoplanos militares a partir de 2020, como aponta o noticiário russo Ria citando uma fonte da Armada (marinha russa).
Híbrido de avião e barco, o ecranoplano já foi utilizado no passado para transporte de tropas ou até como plataforma de mísseis de longo alcance. O novo projeto, de acordo com a fonte, será desenvolvido pela Rostislav Evgenievich Alexeyev, mesma fabricante russa de material bélico que criou os primeiro projetos do tipo, ainda na década de 1950.
Como informa o site, os engenheiros da Alexeyev preparam um projeto de um veículo de classe oceânica de 500 toneladas. O novo ecranoplano será uma versão modernizada dos modelos “Orliónok”, que foram chamados de “Monstro do Mar Cáspio” no ocidente. Esse veículo podia transportar mais de 200 soldados a 500 km/h sem ser detectado por radares, apesar de suas dimensões avantajadas.
Como funciona um ecranoplano?
O ecranoplano é uma das máquinas voadoras mais curiosas já criadas. No entanto, esse estranho aparelho voa muito baixo, raramente superando os 10 metros de altitude, o que dificulta sua detecção por radares– que naturalmente tem dificuldade para encontrar objetos voando baixo.
O voo do ecranoplano acontece por meio do “efeito solo”, uma reação aerodinâmica onde o escoamento de ar ao redor de um corpo é interrompido pelo solo. Em outras palavras, é como se o veículo se apoiasse sobre um colchão de ar comprimido entre as asas e o chão, criando um efeito de sustentação. Aviões e helicópteros convencionais enfrentam esse efeito durante pousos e decolagens. O conceito, porém, funciona apenas sobre superfícies planas, normalmente sobre o mar ou um lago.
Além da Rússia, ecranoplanos também já foram desenvolvidos na Alemanha, França, Irã, China e Austrália, com propósitos militares ou recreativos. Atualmente nenhum modelo é produzido em série.