O Antonov AN-124, um dos maiores aviões de todos os tempos, pode estar no caminho de ganhar um sucessor na Rússia. O Instituto Central de Aerohidrodinâmica de Moscou (TsAGI) apresentou neste mês um conceito de transporte pesado para substituir o “Ruslan”, hoje o segundo maior avião de carga do mundo, atrás somente do colossal AN-225 Mriya.
A nova aeronave, sugestivamente chamada de “Slon” (Elefante, em russo), tem a parte externa semelhante a do AN-124, com asas altas, quatro motores e com a porta de carga posicionada no nariz. O desempenho sugerido para o novo modelo, porém, é superior.
O TsAGI afirma que o conceito é projetado para transportar as mesmas 150 toneladas de cargas do AN-124 em voos de até 7.000 km, quase 2.000 km a mais que o modelo atual. Já a capacidade máxima deverá atingir algo em torno de 180 ton, com alcance de 4.900 km.
Segundo o instituto, essa performance permitirá ao novo projeto substituir os antigos AN-124 e também competir com modelos de carga mais recentes, como o Boeing 747-8F.
O grupo de pesquisa ainda confirmou que os principais parâmetros geométricos e de peso da aeronave já foram determinados e que duas variantes estão sendo consideradas, com diferentes larguras de fuselagem.
A possibilidade de reiniciar a produção An-124, com capacidades atualizadas, é discutida há muito tempo no setor de transporte aéreo russo. O aparelho foi o último grande aeronave a jato projetado pela Antonov, que o produziu entre 1984 e 2014. Nesse período, a fabricante ucraniana entregou 55 unidades do Ruslan.
Durante a edição deste ano do MAKS, salão aeronáutica realizado em Moscou, a companhia russa Volga-Dnepr Airlines, de transporte de carga, definiu alguns requisitos para substituir o AN-124 – a empresa conta com 12 jatos Antonov.
A empresa afirmou que o novo cargueiro precisa ser de 35% a 40% mais eficiente que o AN-124 atual, além de contar com uma capacidade de carga útil de até 170 ton. O TsAGI, por sua vez, ainda ressaltou que o novo projeto precisa ser compatível, em termos econômicos, com versões de carga criadas a partir de aeronaves de passageiros.
O instituto russo, contudo, ainda não divulgou nenhuma data para o projeto sair do papel.
Fonte: Flight Global
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