Vladimir Putin é, sem dúvida, um imenso “garoto-propaganda” de seu país. Para demonstrar o novo caça stealth Su-57, primeiro projeto relevante de avião de combate no país desde o fim da Guerra Fria, o presidente russo não se fez de rogado: voou de Moscou até Sochi em seu Il-96-300 presidencial escoltado por seis exemplares do caça avançado da Sukhoi (praticamente metade dos aviões operacionais atualmente). Na cidade turística russa, Putin, adivinhem, se encontrou com o secretário de estado dos EUA Mike Pompeo.
A demonstração aérea do novo caça foi a deixa para que o mandatário russo afirmasse que em breve o país deve encomendar 76 unidades do modelo – hoje o contrato prevê apenas 16 unidades, insuficientes para compor um esquadrão. “Nós concordamos em comprar 76 desses caças sem o aumento nos preços”, disse ao revelar que a intenção é formar três regimentos completos com o novo avião até 2028. “Em breve, assinaremos um contrato para fornecer 76 jatos equipados com modernas armas de destruição,” acrescentou Putin.
O Su-57 é o primeiro caça stealth russo a entrar em operação. Seu desenvolvimento levou um tempo considerável devido às restrições orçamentárias dos tempos pós-URSS quando a indústria aeroespacial tinha carta branca para tocar vários projetos paralelos.
Conhecido até pouco tempo atrás pela sigla PAK FA, o Sukhoi voou pela primeira vez em 2010, após um período em que os russos tentaram levar à frente vários projetos de caça avançado. Os testes com o novo caça, no entanto, se prolongaram por vários anos devido à diversos problemas como o atraso na fabricação do motor desenhado para ele. Para ganhar tempo, a força aérea decidiu encomendar um primeiro lote do caça e colocá-lo em serviço este ano – o jato até participou de incursões na Síria como parte de seu desenvolvimento.
Atualização
O presidente russo também deposita confiança na versão multifunção do caça Su-35S para estabelecer uma capacidade operacional com aviões de quinta geração. Além disso, Putin prevê que os bombardeiros atuais deverão receber atualizações, citando os Tu-95, Tu-22M e TU-160M, que tem uma variante modernizada em testes desde fevereiro de 2018.
Além de fornecer novos aviões para as forças armadas russas, Putin também tem incentivado a exportação dessas aeronaves como forma de tornar o país novamente um grande fornecedor no mercado mundial. Resta só mesmo ver o presidente russo fazendo uma turnê mundial ao lado do Su-57.
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