O Instituto Aerohidrodinâmico Central de Moscou (TsAGI), na Rússia, divulgou nesta semana informações sobre um novo projeto chamado de Integral-MS e que pretende testar novas configurações de fuselagem e asas capazes de oferecerem um desempenho mais eficiente.
Para descobrir se são válidas ou não, a equipe russa montou três maquetes em escala para ensaios em túnel de vento de baixa velocidade. O primeiro deles, MS-1, com uma fuselagem convencional e os outros dois com fuselagens ovais, achatadas no eixo vertical.
Um deles, o MS-3, também estava equipado com asas diferentes, cuja base se expande e se une à fuselagem de uma forma mais integrada.
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“Esta solução (MS-3) aumentará a qualidade aerodinâmica e as propriedades de suporte de carga em baixas velocidades, o que permitirá reduzir o comprimento necessário da pista”, disse o comunicado do TsAGI.
“A utilização de fuselagem oval reduzirá o consumo de combustível e aumentará o espaço para os passageiros, aumentando assim o conforto do voo. Além disso, o avião terá um convés inferior ampliado, onde poderá ser transportada mais carga,” adicionou o instituto.
Ensaios em voo transônico
O estudo do TsAGI é baseado em uma aeronave widebody com capacidade para 220 a 250 passageiros e alcance entre 8.000 e 9.000 km, ou seja, semelhante em porte a um Boeing 787 ou Airbus A330.
Os primeiros ensaios indicaram que a opção MS-3 tem um comportamento similar à cofiguração clássica de fuselagem em baixas velocidades, mas seria mais resistente e capaz.
O instituto fará agora um novo modelo em escala para ser avaliado em um túnel de vento transônico que irá validar os dados em voo de cruzeiro.
Ideia já é pensada há décadas
A proposta de um jato de longa distância com uma fuselagem ovalada não é recente. A própria Rússia apresentou um projeto assim no início dos anos 90, que mais tarde ficou conhecido como “Frigate Ecojet”.
O widebody seria ainda maior, com capacidade para até 350 passageiros e configuração inicial bimotor. Mas os russos acabaram alterando o projeto para um solução com quatro motores em 2017 devido à ausência de turbofans adequados ao projeto.
Apesar da publicidade na época, o programa não foi adiante, a despeito de a Rússia necessitar de uma aeronave capaz de tomar o lugar dos ultrapassados Il-96.
No entanto, a falta de recursos financeiros e as sanções comerciais do Ocidente após a invasão à Ucrânia minaram os esforços nesse sentido.
Antes disso, a estatal UAC havia se associado à COMAC, da China, para colocar no mercado o widebody CR929, mas os russos deixaram o projeto no ano passado.
A Rússia está desesperada para atrair a atenção de investidores. Coisa que não vai ocorrer obviamente.
Toda semana sai alguma “matéria” anunciando algo diferente e inovador, mas que nem mesmo no papel existe.
A única coisa garantida é que a Lada lance a linha 2025 do Niva.