O embaixador russo na Argentina, Dmitry V. Feoktistov, teve recentemente um encontro com o comandante da Força Aérea Argentina (FAA), Major-Brigadeiro Xavier Isaac, para discutir “perspectivas de cooperação técnico-militar bilateral entre as duas nações”, como informa o comunicado da chancelaria da Rússia no país.
Segundo portal InfoDefensa, a reunião promovida pela embaixada russa reforça a antiga intenção da Rússia em vender equipamentos militares para a Argentina. Esforços nesse sentido foram iniciados durante a presidência de Mauricio Macri, mas acabaram interrompidos pelas mudanças políticas no país e mais adiante pela pandemia.
Em negociações anteriores, os argentinos solicitaram um lote de até 15 caças MiG-29 e Moscou respondeu com uma proposta comercial interessante.
Além dos MiG, a Rússia também acrescentou a opção de mais 12 caças Sukhoi Su-30, transferência de tecnologia parcial das aeronaves, criação de um centro de manutenção especializados e até uma linha de montagem da Argentina.
Acha pouco? Nos últimos anos, a Rússia também já ofereceu às forças armadas argentinas jatos de treinamento avançado Yak-130 e helicópteros utilitários Mi-171Sh.
O Ministério da Defesa argentino também está avaliando o veículo blindado BTR-80, modelo russo que compete com o Guarani, fabricado no Brasil, na mesma disputa.
Atualização urgente
A Força Aérea Argentina tem hoje uma frota de caças bastante limitada. O principal avião de defesa do país são os antigos jatos subsônicos McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, com cerca de seis unidades em condições operacionais.
A Argentina também adquiriu no passado cinco caças navais Dassault-Breguet Super Étendard de segunda mão da França, mas os aviões ainda não foram ativados por falta de equipamentos de segurança, como assentos ejetáveis. Os jatos serão operados pela Armada, a marinha argentina – que não tem porta-aviões.
No ponto em que está atualmente, a aquisição de qualquer jato de combate, novo ou usado, já seria um importante reforço para a Força Aérea Argentina, que até o início dos anos 1980 era força aérea mais poderosa de toda a América do Sul – e na América Latina perdia apenas para a Força Aérea de Cuba, que hoje também vive um mal momento.
Uma oferta como a enviada anteriormente pela Rússia tem o potencial de reerguer a FAA, incorporando aeronaves de alta performance. O acordo de transferência de tecnologia também colocaria a Argentina numa posição semelhante a do Brasil, que obteve os direitos de produzir os caças suecos Saab Gripen E/F localmente.