As capacidade do caça de quinta geração Su-57 da Rússia já foram comparadas às do F-22 Raptor, o avião de combate mais avançado da Força Aérea dos EUA. A alta velocidade e os armamentos empregados na aeronave russa permitem que ela responda rapidamente a diversas ameaças, especialmente contra seu equivalente norte-americano. No entanto, agora o novo jato da Sukhoi pode ter outra vantagem: a opção de ser manuseado em voo por controle remoto, permitindo que ele seja operado sem arriscar a vida de pilotos em regiões hostis.
“De fato, estamos considerando as opções do modo pilotado remotamente em muitas plataformas e, é claro, esse trabalho está sendo realizado no Su-57”, disse Yuri Slyusar, CEO da United Aircraft Corporation (UAC – grupo estatal que controla as fabricantes aeroespaciais da Rússia), à emissora russa Zvezda.
Como se fosse um mantra, a UAC repete sistematicamente que o Su-57 é uma “plataforma aérea para destruir todos os tipos de alvos navais, terrestres e aéreos”, o que certamente inclui o F-22. Seguindo a receita tradicional dos caças de quinta geração, o novo caça russo tem capacidade furtiva (“invisível” aos radares) e pode voar em velocidade supersônica sem acionar os pós-combustores dos motores. Outra inovação do jato são os armamentos “escondidos” em compartimentos na fuselagem, recurso que diminui a capacidade do avião ser detectado por radares.
Desde que o Su-57 voou pela primeira vez em janeiro de 2010, ele já demonstrou em testes que pode combinar as funções de avião de ataque ao solo e de superioridade aérea. A Rússia, inclusive, já enviou seu novo jato para a zona de guerra na Síria, embora não tenha detalhado suas ações.
O maior problema é que a Rússia provavelmente não receberá o Su-57 em números significativos, ao menos não tão cedo. A força aérea russa encomendou um total de 76 jatos, mas deve receber apenas quatro caças da versão definitiva até o final deste ano. Nesse ritmo, o país pode levar de três a quatro anos para um único esquadrão, normalmente composto por 12 aeronaves.
Su-57 já foi oferecido ao Brasil
Em 2013, o governo da Rússia ofereceu ao Brasil a chance de participar do projeto PAK-FA, que deu origem ao Su-57. O acordo sugerido pelos russos também previa a produção da aeronave no país em parceria com empresas brasileiras, entre elas a Embraer.
Nessa época, o russos acreditavam que o Brasil poderia cancelar o programa FX-2 e lançar uma nova concorrência na qual o modelo Su-35 poderia ser incluído. Caso o Brasil escolhesse essa opção, a indústria nacional poderia participar do desenvolvimento do Su-57.Porém, isso não foi concretizado.
Com a Sukhoi excluída, a etapa final do programa FX-2 foi disputada entre os caças Dassault Rafale, Boeing F/A-18 e o Saab Gripen E, que foi o modelo escolhido pela Força Aérea Brasileira.
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