A Saab e a Embraer inauguraram oficialmente a linha de produção do caça Gripen E nas instalações de Gavião Peixoto (SP) nesta terça-feira (9).
O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outras autoridades como o Ministro da Defesa José Múcio, o Comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, e os presidentes da Embraer Defesa & Segurança, João Bosco Costa Júnior, e da Saab, Micael Johansson.
A linha de montagem final brasileira tem como objetivo produzir 15 dos 36 caças encomendados à Saab. Para isso, as duas parceiras implantaram um prédio próprio, onde será feita a junção de diversas aeroestruturas como fuselagem dianteira e traseira, além de componentes como trem de pouso, motor e aviônicos.
Siga o AIRWAY nas redes: Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
As peças são enviadas de fornecedores, mas também das fábricas da Saab de Linköping, na Suécia, e de São Bernardo do Campo, em São Paulo.
A previsão é que os primeiros Gripen E (monoposto) montados no Brasil sejam entregues a partir de 2025. Ao contrário do inicialmente planejado, as oito unidades do Gripen F (dois assentos) serão produzidas na Suécia.
“O início das operações da linha de produção do Gripen marca o nosso compromisso com a transferência de tecnologia e de conhecimento para a indústria brasileira. Aqui, produziremos 15 das 36 aeronaves atualmente contratadas pela Força Aérea Brasileira. O objetivo também é produzir aqui quaisquer pedidos futuros de Gripen para o Brasil, bem como de outros países”, disse Micael Johansson, presidente e CEO da Saab.
“Celebramos hoje não só a inauguração da linha de produção do caça Gripen, mas o sucesso da colaboração entre a Saab e a Embraer, que se fortalece a cada dia com o objetivo comum de servir ao nosso cliente, a Força Aérea Brasileira. Desde o início a Embraer tem tido um papel relevante no programa Gripen, participando, por exemplo, do desenvolvimento da versão brasileira da aeronave biposto”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.
Além da linha de produção, a Embraer também usará outras instalações próprias para realizar testes de motores, pintura e calibração de combustível do caça.
Novos mercados
O discurso de políticos e dos executivos das empresas esteve alinhado no sentido de transformar a unidade brasileira em ponta de lança para a produção de mais aeronaves no futuro.
Não apenas para suprir novos pedidos de Gripen da Força Aérea Brasileira, mas atender possíveis acordos com países vizinhos.
“Queremos que o Brasil se torne um centro de exportação para a América Latina e, potencialmente, para outras regiões”, afirmou Johansson.
A FAB já conta com quatro caças F-39E Gripen além de um quinto jato supersônico usado nos testes em Gavião Peixoto. Nesta mesma terça-feira, dois outros aviões que chegaram de navio ao Brasil decolaram de Navegantes com destino à Base Aérea de Anápolis (GO).