A produção da primeira fuselagem dianteira do caça Gripen E foi concluída na última semana de outubro na fábrica de aeroestruturas da Saab em São Bernardo do Campo (SP), anunciou a companhia sueca nesta segunda-feira (7). O componente é a parte estrutural mais complexa da aeronave militar produzida no Brasil.
A fuselagem dianteira é a seção do caça onde o piloto fica acomodado. Nesta parte são instalados o assento ejetável, comandos de voo, canopi, radar EASA, os mostradores de cabine e toda parte de aviônica da aeronave. De acordo com a Saab, a peça fabricada em alumínio é composto por aproximadamente 1.500 partes unidos por 14.500 prendedores e pesa 250 kg.
O componente finalizado agora está a caminho da fábrica da Saab em Linköping, na Suécia, onde fica a linha de montagem final do caça encomendado pela Força Aérea Brasileira (FAB) – a linha de montagem brasileira, na sede da Embraer em Gavião Peixoto (SP), ainda não foi concluída. Segundo o fabricante, as aeroestruturas produzidas no Brasil servem em qualquer aeronave Gripen E.
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“Essa produção traz consigo a mensagem de que foi possível realizar essa enorme transferência de conhecimento e tecnologia no Brasil. Os profissionais brasileiros são altamente qualificados. Estamos cumprindo todas as nossas obrigações contratuais com o governo brasileiro”, diz Ola Rosén, chefe de operações da fábrica de aeroestruturas da Saab no Brasil.
Além da fuselagem dianteira, a fábrica de aeroestruturas da Saab na Região do Grande ABC também produz o cone de cauda e os freios aerodinâmicos do Gripen.
“É muito gratificante produzir uma aeroestrutura tão complexa como a fuselagem dianteira aqui no Brasil. Isso significa que o treinamento das equipes, os processos e a instalação dos ferramentais necessários foram concluídos com sucesso para a produção dessa estrutura, capacitando a fábrica do Brasil para as próximas entregas, que já estão em produção. Os passos seguintes serão a otimização e o amadurecimento dos processos para termos a mesma eficiência que a fábrica da Suécia”, conclui Alexandre Barbosa, gerente de engenharia da fábrica de aeroestruturas da Saab no Brasil.
A FAB encomendou 36 caças Gripen E/F, 28 deles monopostos e os demais bipostos, dos quais quatro exemplares já estão no Brasil em fase de certificação. Neste ano, no entanto, a Aeronáutica ampliou o pedido em mais quatro aeronaves. Além disso, o atual Comandante da Força, Brigadeiro Baptista Junior, negocia um novo lote de 26 caças suecos, que levaria o Brasil a ter 66 aviões do tipo.
Os F-39E/F, como são designados pela FAB, serão alocados na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, que já foi o lar dos caças Mirage IIIBR (F-103) e Mirage 2000 no passado. Com o novo lote, no entanto, a FAB deve equipar outro esquadrão, possivelmente no Rio de Janeiro.