Saab testa o caça Gripen em condições quentes e úmidas no Brasil

Aeronave passou 20 dias em regiões onde a temperatura beirava 35ºC e umidade chegava a 85% ao nível do mar
O Gripen FAB 4100 na Amazônia
O Gripen FAB 4100 na Amazônia (Saab)

Desenvolvido no frio da Suécia, o caça Gripen experimenta um novo ambiente operacional no Brasil, um país equatorial, onde as temperaturas passam de 40ºC mesmo no inverno.

A Força Aérea Brasileira (FAB) encomendou 36 caças Gripen E/F e já conta com sete deles em operação. Além disso, a Saab, juntamente com a Embraer, sua parceira, tem uma oitava aeronave, matrícula FAB 4100, sendo usada nas campanhas de desenvolvimento e certificação no Brasil.

Recentemente, as duas empresas enviaram o Gripen E 4100 para a região norte do Brasil, próximo à floresta amazônica.

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O caça operou a partir da Base Aérea de Belém, permanecendo na região por 20 dias, onde experimentou temperaturas de 35ºC e umidade de até 85% ao nível do mar.

Foram mais de 12 horas de voos em 10 missões de treinamento em condições climáticas extremas.

Caça sueco enfrentou um clima diferente de onde nasceu
Caça sueco enfrentou um clima diferente de onde nasceu (Saab)

Tarefa repassada para a Embraer

“O Gripen ficou sediado na Base Aérea de Belém, onde estava o apoio de solo e as equipes da Saab e da Embraer. Após a decolagem, a aeronave seguia em direção a uma área de ensaios sobre o mar perto de Salinópolis, a cerca de 160 km de Belém. Nós montamos uma estação de telemetria naquele local para coletar todos os dados dos voos”, explicou Dalton Leite, engenheiro da Embraer responsável pela campanha.

Segundo a equipe de desenvolvimento, os testes foram realizados para avaliar o desempenho de todos os sistemas em condições extremamente quentes e úmidas, garantindo o resfriamento adequado dos equipamentos, o conforto do piloto e o comportamento geral da aeronave quando inserida naquele ambiente.

O Gripen nasceu no clima frio dos páises nórdicos
O Gripen nasceu no clima frio dos países nórdicos (Saab)

“Apesar das condições climáticas desafiadoras e a mudança repentina da meteorologia ao longo do dia, os resultados obtidos demonstram que o Gripen pode operar sem restrições de clima de qualquer local da região norte”, disse Martin Leijonhufvud, chefe do Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC) da Saab.

Todas as tarefas foram repassadas à Embraer, que dentro do acordo acertado com a FAB, irá aprimorar sua expertise nessa área.

“Os testes envolveram o trabalho de aproximadamente 35 pessoas, divididas entre brasileiros e suecos, e foram fundamentais para fortalecer ainda mais a parceria entre a Saab e a Embraer. Também prepararam nossos técnicos e engenheiros para realizar esse tipo de trabalho sem a mentoria da Saab”, completou Leite.

A FAB tem sete caças Gripen E ativos
A FAB tem sete caças Gripen E ativos

Voos transônicos

Além dos voos em ambientes quentes e úmidos, a equipe avaliou o Gripen E em velocidades transônicas, ou seja, em torno da velocidade do som.

“Os voos transônicos foram realizados para avaliar o desempenho do caça e do motor em altitudes mais baixas, permitindo que a equipe medisse o aumento do calor e das tensões estruturais na aeronave”, explicou Jakob Högberg, piloto-chefe de testes da Saab.

Além disso, o caça passou por ensaios do radar altímetro, que inclui o alerta de proximidade do solo (GPWS), equipamento anticolisão de precisão para voos a baixa altura.

Para isso foi necessário voar em faixas entre 200 metros a 500 metros de altitude sobre a floresta a fim de validar a precisão das medições do radar altímetro naquele ambiente.

Os testes também envolveram voos com configurações de cargas externas, como mísseis IRIS-T e Meteor, assim como tanques de combustível.

Segundo a Saab, os ensaios foram concluídos com sucesso.

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