Segundo voo do jato chinês C919 é previsto para outubro

Voo inaugural foi realizado em maio e desde então a aeronave vem realizando testes em solo (e acumulando mais pedidos)
O C919 vai concorrer com os tradicionais Airbus A320 e Boeing 737 (Xinhua)
O C919 vai concorrer com os tradicionais Airbus A320 e Boeing 737 (Xinhua)
O C919 vai concorrer com os tradicionais Airbus A320 e Boeing 737 (Xinhua)
O C919 vai concorrer com os tradicionais Airbus A320 e Boeing 737 (Xinhua)

Cinco meses após seu voo inaugural, o jato chinês Comac C919 provavelmente vai voltar a voar em outubro, informou o site Aviation Week. Como cita a reportagem, o programa de desenvolvimento da aeronave teve uma série de problemas desde o primeiro teste. No entanto, segundo declarações de Wu Guanghui, chefe de design da Comac, nada disso foi resultado de alguma falha por parte da fabricante. O executivo da empresa, no entanto, recusou-se a dar mais detalhes sobre os inconvenientes.

Durante esse hiato sem ensaios de voo, o fabricante afirmou que realizou mais testes em solo com a aeronave e deu andamento a produção do segundo protótipo, programado para voar até o final deste ano. Ao todo, a Comac já confirmou que vai fabricar seis protótipos da aeronave.

A Comac também recebeu mais 30 encomendas pelo C919 nesse período, do Everbright Financial Leasing, um dos maiores grupos de leasing de aeronaves da China. Com essa nova negociação, a fabricante alcançou 600 pedidos pelo avião, concebido para competir no mesmo segmento dos tradicionais Airbus A320 e Boeing 737.

O intervalo de cinco meses entre os dois primeiros voos do C919 é algo fora do comum no desenvolvimento de uma novo avião comercial. O programa de jatos regionais MRJ da Mitsubishi Aircraft, que vem enfrentando uma série de atrasos, realizou seu segundo voo de teste oito dias após o primeiro, em 2015. Já para Airbus A350, que decolou em 2013, o intervalo foi de apenas cinco dias.

O programa C919 foi lançado em 2008 com o objetivo de completar a primeira entrega em 2016. Agora a fabricante se esforça para entregar a aeronave ao operador inicial, a companhia China Eastern Airlines, em 2020. Analistas do setor, contudo, afirmam que essa meta dificilmente deve ser alcançada, uma vez que a Comac passou cinco meses sem realizar progressos em voo com a aeronave.

O C919 é projetado para transportar até 158 passageiros (Xinhua)
O C919 é projetado para transportar 158 passageiros e realizar voos de até 5.550 km  (Xinhua)

Foco na China

A meta da Comac com o C919 é tomar para si nas próximas duas décadas um terço do mercado chinês de jatos narrowbody (fuselagem estreita) e mais um quinto desse filão no mercado global, o que representa cerca de 2.500 aeronaves – a demanda mundial nesse período será de aproximadamente 5.600 aviões de fuselagem estreita.

O avião chinês tem a seu favor o preço mais em conta, abaixo da média de US$ 97 milhões do A320 e o 737, e o enorme mercado chinês, que tende a dar preferência ao modelo nacional. A disseminação mundial do C919, porém, vai exigir certificações de importantes órgãos de aviação internacionais, como a EASA, na Europa, e o FAA, nos Estados Unidos.

Veja mais: Jato chinês pode fazer Airbus e Boeing perderem mais de US$ 200 bilhões

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