O sonho da Armada Argentina (marinha argentina) em reviver seu esquadrão de aeronaves de caça terminou. De acordo com o website Zona Militar, os cinco jatos Dassault Super Étendard Modernisé, comprados de segunda mão da França em 2019, não serão ativados. A decisão foi tomada pelo Ministério da Defesa do país nesta semana.
Como relatou a página em tom crítico, o motivo da desistência em operar as aeronaves é uma “medida incompreensível”. A Argentina não conseguiu adquirir assentos ejetores para os jatos franceses devido às sanções do Reino Unido contra Buenos Aires, que é impedida de comprar material bélico com conteúdo britânico desde o fim da Guerra das Malvinas, em 1982.
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O sistema de assento ejetor compatível com o Super Étendard é produzido pela Martin Baker, uma empresa britânica. O desenvolvimento de uma solução alternativa para o caso também não foi adiante por falta de verbas, apontou o site.
A compra dos cinco aviões de combate foi anunciada pelo governo argentino em janeiro de 2018 durante uma visita oficial do então presidente argentino Mauricio Macri a Paris. O jatos, além de um pacote de peças de reposição, radares, motores reservas e um simulador de voo custou US$ 12,5 milhões aos cofres argentinos.
Os Super Étendard da versão Modernisé, a mais recente do veterano jato projetado pela Dassault, serviram com a marinha da França até 2016 operando embarcados no porta-aviões nuclear Charles de Gaulle. Posteriormente, os aparelhos foram substituídos pelo Rafale M (versão naval do caça da Dassault).
Veterano da Guerra das Malvinas
Embora não tenha exemplares em condições de voo, a Armada Argentina ainda é descrita como o último operador do Super Étendard. A unidade da marinha argentina que opera (ou operava) os caças é a Escuadrilla Aeronaval de Caza y Ataque (Esquadrilha Aeronaval de Caça e Ataque).
Os Super Étendard com as cores da Armada Argentina ganharam notoriedade durante a Guerra das Malvinas, em 1982, quando atacaram com sucesso navios britânicos com mísseis AM39 Exocet. A frota do país contava com 14 caças, entregues pela França a partir de 1979. Os argentinos também operaram o jato francês embarcado no porta-aviões ARA 25 de Mayo, desativado em 1997.
Os últimos caças Mirage III da força aérea argentina, também veteranos das Malvinas, foram aposentados em 2015 e não tem substitutos até hoje. A frota de aviões de combate do país é composta atualmente por um pequeno número de jatos Pampa, fabricados localmente pela FAdeA, e antigos A-4 Skyhawk.