Sem novos operadores, primeiros Airbus A380 serão desmontados

Aeronaves serão desmontadas nos próximos dois anos e seus componentes serão vendidos; proprietário dos aviões espera gerar US$ 80 milhões de receita por aeronave
A Singapore encomendou cinco novos A380 com a opção de cabine para 471 passageiros (Airbus)
A Singapore encomendou cinco novos A380 com a opção de cabine para 471 passageiros (Airbus)
A Singapore encomendou cinco novos A380 com a opção de cabine para 471 passageiros (Airbus)
Um dos A380 que será desmontado é justamente o primeiro modelo da série que entrou em operação comercial, em 2008 (Airbus)

Agora é oficial: o Airbus A380 virou um “elefante branco”. O Dr. Peters, grupo de leasing de aeronaves da Alemanha, decidiu pela desmontagem de dois exemplares do Super Jumbo que estão armazenados na França. O último operador dos aviões foi a companhia aérea Singapore Airlines, que decidiu não estender o contrato de aluguel e devolveu os jatos ao proprietário após 10 anos de uso.

O grupo alemão não avançou nas negocições para conseguir novos operadores para as aeronaves. A empresa mantinha conversas com as companhias British Airways, Iran Air e a Hi-Fly, companhia de Portugal que opera voos fretados, na tentativa de vender ou arrendar novamente seus A380. Sem sucesso, a empresa decidiu pela última alternativa, que era o desmonte das aeronaves e venda de seus componentes no mercado de segunda mão.

Como anunciou a Dr. Peters, os dois A380 serão desmontados nos próximos dois anos. A empresa espera alcançar uma receita de até US$ 80 milhões por aeronave com a venda de seus componentes, que ainda podem ser considerados novos. Os dois jatos têm pouco mais de 10 anos, apenas uma fração do tempo que jato comercial pode permanecer em serviço.

Além de vender os componentes, o proprietário dos A380 também planeja alugar seus motores, o que pode gerar cerca de US$ 480 mil por mês para cada motor. Em entrevista a agência Bloomberg, Anselm Gehling, CEO da Dr. Peters, descreveu que esses números são uma “avaliação alta” e refletem a alta demanda de operadores por componentes do maior avião de passageiros do mundo, que nos próximos anos devem ser submetidos a processos de manutenção mais profundos.

O primeiro A380 a estrear voos comerciais está estacionado na França, à espera de um novo operador (Tarmac Aerosave)
Dois A380 foram estocados na França entre o final de 2017 e início deste ano (Tarmac Aerosave)

Com a decisão de desmontar as aeronaves e a venda de suas peças, a Dr. Peters prevê um retorno de investimento de 145-155% para os dois A380. E a empresa ainda não quitou o pagamento dos aviões: o primeiro já está 81% pago e o segundo 72%, declarou a empresa. Como explicou Gehling, o plano de sucateamento das aeronaves “satisfará e possivelmente excederá as expectativas atuais dos investidores”.

O mercado de aeronaves de grande porte “não se desenvolveu positivamente nos últimos anos”, disse o CEO, acrescentando: “A discussão negativa em andamento sobre o A380 não fez as companhias aéreas a dependerem desse tipo de aeronave”.

A Dr. Peters ainda vai receber de volta neste ano outros dois A380 alugados pela Singapore e cujos contratos de leasing também não serão estendidos.

Veja mais: Airbus A380 completa um ano de operações no Brasil

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