A revista Modern Ships, produzida pela marinha da China, recentemente pode ter revelado sem querer detalhes de um bombardeiro chinês Xian H-6N (versão chinesa do Tupolev Tu-16) carregando um nova armamento.
Segundo analistas militares, trata-se do míssil balístico aerotransportado PLARF, sigla em inglês para “Força de Foguetes do Exército de Libertação Popular”, também conhecido como “matador de porta-aviões”. Até então, esse assunto era mantido em total sigilo pelos chineses.
Após a repercussão das imagens do artefato pelo Ocidente, a mídia controlada pelo governo chinês imediatamente passou a tentar encobrir o assunto. O jornal chinês Global Times, por exemplo, afirmou que “as imagens são geradas por computador, meramente conceituais e não têm antecedentes oficiais”. No entanto, há quem pense que Pequim foi pega de surpresa.
“Se estiver correto, isso seria uma impressionante capacidade de combate a navios para o Exército de Libertação Popular”, disse Malcolm Davis, analista do Instituto de Política Estratégica da Austrália, ao Flight Global.
“Teoricamente, isso seria compatível com o DF-26 (míssil balístico de médio alcance da China) lançado no solo e aumentaria o risco aos grupos de batalha de porta-aviões dos EUA. Os chineses estão claramente tentando tornar mais caro para os EUA projetar poder no Pacífico Ocidental, a ponto de os norte-americano simplesmente optarem por não intervir em uma crise (na região)”, acrescentou Davis.
Especialistas apontam que a intenção da China com um míssil desse tipo é manter afastado de seu território navios de guerra ocidentais. A ideia dos chineses seria dominar as escoltas e as defesas dos porta-aviões a tempo de impedir o lançamento de aeronaves de ataque.
Atualmente, somente a Rússia possui um sistema de mísseis balísticos que podem ser lançados em voo. É o caso do míssil hipersônico Kinzhal, testado pela primeira vez em 2017 e hoje presente no leque de armas do caças MiG-31. Diferentemente do artefato chinês, supostamente concedido para atacar grandes embarcações, o armamento russo foi projetado para abater satélites em órbitas baixas ao redor da Terra.
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