Sem voar há seis semanas, VoePass entra em recuperação judicial

Companhia aérea regional, que está com operação suspensa pela ANAC, diz buscar proteção para se reerguer em meio à dívidas
ATR 72 da VoePass
ATR 72 da VoePass

A VoePass deu entrada no pedido de recuperação judicial nesta terça-feira, 22, em um tribunal de Ribeirão Preto (SP), onde fica sua sede.

A empresa aérea regional busca obter uma proteção contra seus credores a fim de reorganizar suas finanças e voltar a voar.

Desde 11 de março a VoePass não opera seus voos após a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) suspender a autorização para prestar serviços de passageiros e carga.

O motivo, segundo o órgão, foi o fato de a VoePass apresentar “não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão da empresa previstos em regulamentos”.

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Nessas seis semanas, a companhia aérea tem tentado convencer a ANAC que atende às normas de segurança, mas diante do agravamento da crise financeira, buscou a concordata, que até então evitava.

O ATR 72-600 que voou na VoePass (VoePass)

“Caso o pedido de recuperação judicial seja deferido pela Justiça, todos os passivos da Voepass serão congelados e negociados com base em um plano detalhado que será elaborado para atender todos os credores”, afirmou a empresa aérea em nota.

Será a segunda vez que a VoePass passa por uma recuperação judicial. Durante 2012 e 2017, a companhia ficou sob proteção até restruturar suas finanças.

“Com todo o cenário enfrentado pela companhia nos últimos meses, esta foi a única saída para realizar uma reestruturação completa e garantir que a VoePass volte a oferecer um serviço essencial para o desenvolvimento do Brasil”, disse José Luiz Felício Filho, CEO da empresa.

O ATR 72 que caiu em agosto de 2024

VoePass culpa a parceria com a LATAM pela crise financeira

No documento protocolado na Justiça, a VoePass atribuiu à LATAM parte da sua crise financeira. Segundo relato da Folha de São Paulo, que teve acesso às informações, a parceira teria retido quase R$ 35 milhões referentes a reembolsos e manutenção de aeronaves.

A empresa cita ainda que a LATAM promovia uma ingerência em sua gestão ao exigir sua autorização para obter financiamentos além de controlar a venda de bilhetes e definição de tarifas, entre outras tarefas. A empresa aérea chilena não havia respondido à reportagem do jornal até então.

A situação da VoePass começou a preocupar há cerca de um ano quando alguns de seus aviões deixaram de voar por falta de pagamento do leasing.

A319 da LATAM em Congonhas (Gabriel Magacho)

Mas foi em agosto do ano passado que ocorreu o momento mais grave da crise quando o ATR 72 de matrícula PS-VPB caiu em Vinhedo, vitimando os 62 ocupantes.

Nos meses seguintes, os voos foram reduzidos, mais aviões foram retomados pelos arrendadores e a operação encolheu.

A empresa agora tenta reter seus slots em Congonhas, que estão na mira da Gol e Azul. A ideia é que eles sejam usados como ativos da VoePass.

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