Setor aéreo deve perder US$ 252 bilhões com a pandemia em 2020, diz IATA

Análise atualizada da associação aponta uma forte redução no transporte aéreo pelos próximos três meses e pede uma ajuda governamental de US$ 200 bilhões
O aeroporto de Congonhas é o mais rentável sob controle da Infraero (Thiago Vinholes)
Aeroporto de Congonhas (Thiago Vinholes)
O aeroporto de Congonhas é o mais rentável sob controle da Infraero (Thiago Vinholes)
A demanda e oferta de transporte aéreo doméstico no Brasil caiu mais de 90% em março (Thiago Vinholes)

O impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nas receitas do setor de transporte aéreo mundial pode ser muito maior do que o previsto anteriormente. Segundo a análise atualizada da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) publicada nesta terça-feira (24/3), as perdas na aviação comercial podem passar dos US$ 252 bilhões neste ano, o que representaria uma queda de 44% em relação aos números de 2019.

A avaliação anterior da IATA, divulgada em 5 de março, previa perda de receita de até US$ 113 bilhões neste ano. Até essa data, o surto de Covid-19 ainda não era classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia, situação declarada em 11 de março. Com o avanço da epidemia em todos os continentes, mais países ao redor do mundo introduziram restrições de viagens e a oferta de voos internacionais está praticamente eliminada.

De acordo com a associação, este cenário com severas proibições de viagens pode durar até três meses, seguido de uma recuperação econômica mundial gradual até o final de 2020.

“O setor aéreo enfrenta sua crise mais grave. Dentro de algumas semanas, nosso pior cenário anterior parece melhor do que nossas estimativas mais recentes. Mas, sem medidas imediatas de alívio do governo, a indústria não continuará em pé. As companhias aéreas precisam de US$ 200 bilhões em suporte de liquidez. Alguns governos já avançaram, mas muitos mais precisam seguir o exemplo”, disse o diretor geral e CEO da IATA, Alexandre de Juniac.

Recuperação mais lenta

A análise mais recente prevê que, seguindo o ritmo atual de disseminação e combate ao Covid-19 pelo mundo, as restrições de viagens serão aliviadas em três meses. A recuperação da demanda de passageiros, porém, pode ser lenta devido ao enfraquecimento da economia global, com a recessão de empregos e a diminuição da confiança no mercado, aponta a IATA.

A associação informou que a demanda anual de passageiros (calculada em RPKs, receita de passageiros-quilômetro) diminuiu 38% neste ano em relação ao mesmo período em 2019. Ainda de acordo com a IATA, a crise do coronavírus vai reduzir em cerca de 65% a capacidade da indústria (medida em ASK, oferta de assentos por quilômetro) durante o segundo trimestre (encerrado em 30 de junho) comparado ao resultado do ano passado.

Nesse cenário, com a restrições de voos derrubadas entre junho e julho, o setor começa a se recuperar a partir do quarto trimestre, com um alta esperada de 10%, estima a associação.

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