Mesmo em um ano de forte crise econômica, o mercado de viagens aéreas domésticas registrou alta de 3,8% no acumulado do primeiro semestre deste ano. Apesar do crescimento no setor, que movimentou mais de 47 milhões de passageiros no período, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), grupo que reúne as companhias Avianca, Azul, Gol e Tam, vai adotar uma postura de cautela para o restante do ano. “Certamente não teremos o mesmo crescimento do ano passado. A tendência é que o mercado estabilize”, revelou Eduardo Sanovich, presidente da Abear em reunião com imprensa nesta quinta-feira (23).
O comportamento registrado no primeiro semestre revela uma queda no ritmo de evolução da atividade de transporte aéreo dentro do país, que até maio registrava alta acumulada de demanda de 4,2%. Entre janeiro e junho deste ano, a oferta (medida em assentos/km oferecidos) cresceu 2,8% em relação ao primeiros seis meses de 2014. Com a demanda avançando um pouco acima da oferta, houve melhora do fator de aproveitamento dos voos em 0,7 ponto percentual, para 80%.
“Temos um cenário que inspira maior atenção desde meados do ano passado, quando o mercado, o segmento corporativo, em especial, começou a dar sinais de uma menor disposição de consumo. As companhias aéreas reagiram oferecendo produtos mais atrativos, destinos, tarifas, aumentando os esforços de vendas, o que garantiu ainda o desempenho bom de dezembro e janeiro. Mas desde então nossas taxas mensais de demanda tem mostrado tendência de redução”, avalia Sanovicz.
Segundo dados da Associação, depois de crescer 7,7% em dezembro e 9,1% em janeiro, o ritmo de crescimento da demanda doméstica se reduziu, com altas de 4,1% em fevereiro, 2,8% em março e abril, e 1% em maio.
Alta temporada
Em junho, especificamente, que têm parte do fluxo reforçado pelo período de férias escolares, a demanda doméstica mostrou alguma reação e cresceu 1,7% sobre o mesmo mês de 2014. Como a oferta evoluiu em um patamar ligeiramente superior, 2,5%, o fator de aproveitamento teve retração de 0,6 ponto percentual, ficando em 77,9%. Esse é o segundo mês consecutivo que o indicador apresenta retração, além de ser quarta baixa nos últimos cinco meses. Foram 7,6 milhões de passageiros transportados no país em junho, 6% a mais que no ano anterior.
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A companhia que mais transportou passageiros em junho foi a Tam, com uma captação de 37,02% da demanda. Foi seguida pela Gol, com 36,70%, pela Azul, com 17,12%, e pela Avianca, com 9,16%. No semestre as posições se mantêm inalteradas, com pequenas variações nos percentuais: Tam – 37,03%; Gol – 36,72%; Azul – 17,13%; Avianca – 9,12%.
“Mas devemos tomar cuidado ao tirar conclusões desses dados mensais, porque a base do ano passado traz atipicidades decorrentes da realização da Copa do Mundo. Para avaliar as tendências gerais, os números do semestre são mais adequados”, ponderou Mauricio Emboaba, consultor-técnico da Abear.
Mercado internacional
Os resultados das operações das companhias aéreas brasileiras no mercado internacional seguem se apresentando em um ponto superior quando comparados com os do setor doméstico. No acumulado do semestre, a demanda por viagens internacionais cresceu 13,1%, para uma oferta igualmente em alta de 13,6%. O fator de aproveitamento teve ligeira retração de 0,4 ponto percentual, para 80,5%. O total de passageiros transportados somou 3,5 milhões, em expansão de 15,1% sobre os primeiros seis meses de 2014.
Na avaliação da Abear, o setor de viagens internacionais, que ganhou o reforço de operações da Avianca e Azul, pode aumentar no segundo semestre, mas não como em 2014. “As viagens internacionais são feitas na maioria por pessoas a lazer, que compram seus bilhetes com antecedência. Por isso, esse ramo demora mais para apresentar uma redução”, frisou Emboaba.
A TAM também liderou o mercado de viagens aéreas na primeira metade de 2015, com participação de 78,38%. Gol, com 14,16%, Azul, com 7,43%, e Avianca, com participação inferior a 1%, vieram a seguir. Em junho, a divisão do mercado se deu da seguinte forma: Tam – 81,15%; Gol – 12,40%; Azul – 6,40%; Avianca, menos de 1%.
Thiago, muito boa as informaçoes para chegar ao polo norte acho que vou utiliza-las um dia.Mas só para lembrar avioes turbo helices sao muito utilizados no Brasil sim ,nao sei se os mesmos modelos citados mas a passaredo , azul e outras operam normalmente este tipo de avioes e pelo que sei sao extremamentes seguros.
Olá Mathias,
Aviões turbo-hélices “parrudos”, como o BAe ATP que eu voei na Suécia, não têm por aqui. Pelo menos não servindo a uma companhia aérea. A FAB, por outro lado, tem uma porção dessas aeronaves, que são utilizadas muitas vezes em pistas semi-preparadas. E vai lá pra Arjeplog, é incrível! Abraço