O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, confirmou nesta segunda-feira (25) que o grupo chinês HNA assumirá a participação de 31% da Odebrecht Transport na concessionária RioGaleão, que administra o aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro. As empresas, no entanto, ainda não confirmaram o negócio.
“Felizmente, as coisas se deram de maneira positiva. Os chineses compraram a parte da Odebrecht e, com isso, vamos ter a Changi e o grupo chinês, que é forte”, afirmou o ministro durante um leilão de energia realizado em São Paulo. A HNA é um gigante chinês que atua em vários setores e possui participação acionária em diversar companhias aéreas. Em novembro do ano passado, o grupo arrematou parte da companhia aérea Azul por R$ 450 milhões (23,7%).
Com o grupo Odebrecht envolvido na Lava-Jato, a subsidiária Transport, que é hoje sócia na RioGaleão (entre outros negócios) está sem recursos para arcar com sua parte no negócio. Com a saída, ela ameniza a situação da construtora e abrirá caminho para que a concessionária possa quitar os valores de outorga atrasados – a sociedade tem ainda a Changi Airport, de Cingapura, a Infraero.
O leilão do aeroporto do Galeão teve ágio recorde e despertou dúvidas no mercado sobre a capacidade de retorno do terminal, o segundo em movimento de passageiros para o exterior. Com a crise econômica, as previsões de crescimento foram frustradas o que levou a concessionária a atrasar o pagamento da pesada outorga para o governo – ela terá de pagar cerca de R$ 4,5 bilhões até 2020.
Novo hub da Azul?
A entrada do grupo HNA no Galeão pode significar uma mudança na estratégia da Azul em privilegiar os hubs de Viracopos e Confins. Com sua sócia à frente do aeroporto carioca e diante do grande potencial que existe ali é possível que a companhia aérea crie um novo hub a partir do Tom Jobim – com a atual ociosidade dos terminais seria uma notícia alentadora. Em 2016, o Galeão foi o quarto aeroporto mais movimentado do Brasil, com 16 milhões de passageiros.