Diante da sua mais grave crise financeira desde sua fundação, a South African Airways anunciou nesta quinta-feira, 6, que reduzirá sua malha de voos internacionais. Entre os destinos que deixarão de ser operados a partir de março figura São Paulo, que hoje tem uma rota diária para Joanesburgo, maior cidade da África do Sul. Além da capital paulista, outras sete cidades sairão da sua malha internacional: Abidjan, Entebbe, Guangzhou, Hong Kong, Luanda, Ndola e Munique, já anunciada anteriormente.
A companhia aérea que pertence ao governo sul-africano afirma que continuará voano para Frankfurt, Londres, Nova York, Perth e Washington, além de uma lista de cidades dentro do continente africano. A segunda maior cidade do país, a Cidade do Cabo, continuará sendo atendida mas com menos voos. A empresa prometeu não anunciar mais mudanças nos próximos meses.
Os consultores contratados para promover a redução dos custos e tentar colocar a empresa de volta no azul pretendem não só reduzir a quantidade de voos, mas também utilizar aeronaves mais eficientes, otimizar sua estrutura organizacional e renegociar contratos com fornecedores. A SAA também afirmou que pretende manter o máximo possível de empregos e que continuará buscando interessados por alguns ativos da empresa como os jatos A340, recentemente disponibilizados para venda.
“As iniciativas que estamos tomando agora fortalecerão os negócios da SAA. Acreditamos que isso deve garantir aos nossos clientes fiéis que a SAA está se movendo na direção certa. Estamos focados em nosso mandato de restaurar a saúde comercial da SAA e criar uma companhia aérea da qual os sul-africanos se orgulhem”, comentaram os representantes da empresa.
Voo com bom aproveitamento
A South African é uma das mais antigas companhias aéreas estrangeiras a voar para o Brasil, inicialmente para o Rio de Janeiro. Em 2019, o voo diário para Guarulhos teve uma taxa ocupação razoavelmente boa de 73%. Desde 2016, no entanto, a SAA ganhou a concorrência da LATAM na rota e que decidiu escalar seus A350-900 em agosto do ano passado.
O resultado dessa ofensiva é que a LATAM quase transportou o mesmo número de passageiros que a rival sul-africana. Foram 122 mil passageiros contra 124 mil da SAA, porém, o aproveitamento da LATAM foi bem superior, da ordem de 82% de ocupação em seus voos, segundo dados da ANAC. Em dezembro, por exemplo, essa virada ficou bastante nítida, com a companhia sul-americana transportando 13.281 passageiros contra 11.297 da South African – a empresa utiliza os Airbus A330 na rota entre Joanesburgo e São Paulo.
Na semana passada, a LATAM anunciou que seu voo entre São Paulo e Joanesburgo voltará a ser diário, mas não anunciou uma data para que isso ocorra. Com a saída de cena da South African em março, certamente a empresa sul-americana deve ampliar a oferta logo.
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