O fim está muito próximo para a South African Airways (SAA). Na sexta-feira, 17 de abril, a mídia sul-africana informou que a companhia planeja demitir nos próximos dias todos os seus 4.700 funcionários, após o governo local rejeitar enviar uma ajuda de 10 bilhões de rands (cerca de R$ 2,8 bilhões) para garantir a sobrevivência da empresa em meio a crise no setor aéreo causada pela pandemia do novo coronavírus.
Empresa aérea estatal fundada em 1934, a SAA sofre há anos com uma má administração e desde 2011 não obtém lucros, o que vem impedindo a modernização de sua frota e expansão dos negócios. Desde dezembro do ano passado, a companhia é mantida por seus credores, em uma situação de “pré-concordata”, mas o avanço da pandemia tornou a situação da empresa insustentável.
A SAA suspendeu todos os seus voos no final de março, após o governo da África do Sul impor medidas de isolamento social em todo seu território para conter o surto da Covid-19, agravando as perdas da empresa. Antes disso, a companhia já vinha cancelando uma série de voos domésticos e internacionais, incluindo o trecho entre Joanesburgo e São Paulo, encerrado em 29 de fevereiro.
O plano de demissão dos funcionários da SAA ainda precisa ser aprovado pelo parlamento sul-africano. Segundo a Bloomberg, a companhia está trabalhando em pacotes de indenização para seus colaboradores.
No entanto, a capacidade da empresa de pagar as rescisões depende da venda bem-sucedida de ativos, incluindo aeronaves, imóveis e slots em aeroportos, o que dificilmente deve acontecer neste momento de pandemia ou mesmo após a crise no setor aéreo, que deve demorar um longo período para retomar a normalidade.
Veja mais: Chineses poderiam assumir o lugar da Boeing como sócios da Embraer?
Falam tanto em economia de mercado,privatiza tudo, neoliberalismo, estado mínimo, ‘deixa que o mercado regula’, mas, no primeiro aperto recorrem a quem? Mamãe pátria. Pelo menos é assim nestas terras tupiniquins.