A queda da aeronave da Sriwijaya Air com 62 ocupantes no sábado (9) trouxe à tona um histórico problemático de segurança da companhia aérea indonésia, que perdeu cinco jatos Boeing 737 desde 2008.
Antes do incidente mais recente, a empresa aérea deu baixa em jatos 737 em 2008, 2011, 2012 e 2017. Ao contrário do 737-500 que cumpria o voo SJ182 com 62 ocupantes e caiu no mar de Java quatro minutos após decolar do aeroporto de Jacarta, as demais aeronaves foram perdidas enquanto pousavam e em dias chuvosos.
Apenas um desses acidentes, em agosto de 2008, resultou em óbito, com uma pessoa morta e 14 feridos. Durante este incidente, um 737-200 da Sriwijaya sofreu um excursão de pista ao pousar no aeroporto de Jambi sob forte chuva.
Uma investigação revelou que o jato sofreu uma falha hidráulica que prejudicou a atuação dos freios, spoilers e reversores de empuxo da aeronave. Outro fator que dificultou a frenagem foi a pista molhada, indicaram os investigadores na época.
Em outro incidente parecido, em dezembro de 2011 um 737-300 da companhia indonésia também sofreu uma excursão de pista, desta vez no aeroporto de Yogyakarta. A aeronave pousou em alta velocidade e não conseguir parar na pista. Ao sair do asfalto e tocar o solo macio, o trem de pouso do jato colapsou. O cansaço do piloto também foi considerado um fator determinante neste acidente.
Meio ano depois, em junho de 2012, um 737-400 da Sriwijaya perdeu o controle direcional depois de pousar sob forte chuva no aeroporto de Pontianak, sofrendo uma excursão de pista. Tal como no caso anterior, o trem de pouso da aeronave não suportou o impacto e colapsou.
Por fim, em maio de 2017, outro 737-300 da transportado ficou irrecuperável após ultrapassar os limites da pista em condições de tempestade ao pousar em Manokwari.
A média de idade dos cinco Boeing 737 perdidos pela Sriwijaya Air era de 22,4 anos, o que pode ter contribuído para a decisão da empresa em não recuperar as aeronaves e recolocá-las de volta ao serviço.
Considerada a terceira maior companhia aérea da Indonésia, atrás da Garusa Indonesia e Lion Air, a Sriwijaya tem 10 aeronaves em serviço, todas elas jatos 737, e 17 aparelhos armazenados. A empresa também tem um pedido para dois Boeing 737 MAX 9.
No ano passado, relatos da mídia indonésia indicaram que metade das aeronaves da Sriwijaya estavam paradas devido à falta de peças sobressalentes.
Em 2018, a Sriwijaya Air estava à beira do colapso, mas fechou um acordo pelo qual a unidade de baixo custo da Garuda, a Citilink, administraria suas operações e finanças. Porém, o negócio foi desfeito em 2019 devido a divergências sobre a composição da equipe administrativa da empresa.
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Manutenção em aviação é a segurança das aeronaves.
Pelo histórico de sucessivos acidentes , a manutenção das aeronaves deveria estar bastante prejudicadas.
Talvez o treinamento das tripulações também.
Aguardemos a conclusão das investigações.