A empresa startup Wright Electric, dos Estados Unidos, apresentou na última semana o projeto chamado Wright One, um avião elétrico para 150 passageiros, capacidade similar a dos tradicionais jatos Airbus A320 e Boeing 737. Segundo os idealizadores, a aeronave é projetada para operar em rotas curtas, de até 500 km, o que representa cerca de 30% de todos os voos comerciais do mundo.
O grupo, baseado no Vale do Silício, pretende iniciar a construção da aeronave já na próxima década. De acordo com Jeff Engler, co-fundador da Wright Electric, a equipe de desenvolvimento conta com engenheiros que já trabalharam em projetos de aviões elétricos na NASA e patrocínio da companhia aérea britânica Easy Jet.
A empresa trabalha com duas linhas de pensamento. A primeira forma da aeronave é proposta com motorização híbrida, utilizando um motor a combustão para auxiliar na recarga das baterias em voo. A Wright Electric afirma que neste ponto o avião seria semelhante ao Chevrolet Volt, automóvel impulsionado por eletricidade que possui um motor a combustão auxiliar, utilizado somente para recarga e não como força motriz.
No outro formato, a Wright Electric propõe um avião com motorização totalmente elétrica. Isso, no entanto, ainda depende de avanços na tecnologias de baterias, que precisam oferecer maiores capacidades.
Oportunidade
Se de fato virar realidade, o Wright One pode entrar no maior mercado da aviação, dos aviões “narrowbody” (fuselagem estreita). Em 2016, Airbus e Boeing produziram mais de 900 aeronaves desse porte, vendidas ao preço unitário médio de US$ 90 milhões. Entrando nesse nicho, a Wright Electric pode surgir como uma espécie de Tesla Motors, a fabricante de automóveis elétricos de Elon Musk que está mudando os paradigmas da indústria automobilística.
O maior atrativo de um avião comercial elétrico é a enorme redução de custos que ele pode proporcionar aos operadores. Atualmente, companhias aéreas gastam cerca de 40% de suas receitas somente com combustível e ainda estão sujeitas a variações no preço do barril do petróleo.
Em sua página oficial, a Wright Electric diz estar “entusiasmada” para oferecer o projeto a companhias aéreas que operam curtos. Como exemplo, cita as rotas Londres-Paris, Tóquio-Osaka e a ponte aérea Rio-São Paulo, que transporta cerca de oito milhões de passageiros por ano.
Que venha!