Se a Reuters estiver certa será um triste fim para um dos maiores e desafiadores projetos aeroespaciais. De acordo com fontes ouvidas pela agência de notícias, a Stratolaunch Systems Corporation estaria prestes a encerrar seus negócios.
Fundada pelo bilionário Paul G. Allen, também co-fundador da Microsoft, a Stratolaunch surgiu em 2011 com a meta de construir uma plataforma de lançamento aérea de foguetes baseada no avião gigante de mesmo nome da empresa.
Com duas fuselagens construídas em material compostos e seis motores turbofans, ela é a aeronave de maior envergadura já construída pelo homem, com 117 metros. Infelizmente, Allen faleceu em outubro do ano passado antes de ver seu projeto decolar pela primeira vez, o que ocorreu apenas em abril deste ano.
Segundo quatro fontes ouvidas pela Reuters, a Vulcan Inc, empresa de investimentos que tem na Stratolaunch uma das suas unidades, teria decidido vender os ativos da empresa e sua propriedade intelectual. Dos cerca de 200 funcionários contratados em 2018 restariam pouco mais de 15 pessoas trabalhando na empresa ainda. A Stratolaunch e a Vulcan não quiseram comentar.
Como o Hughes H-4 Hercules?
Os planos da Stratolaunch se baseavam na construção de um avião tão grande que fosse capaz de levar foguetes lançadores entre as duas fuselagens. Numa altitude de cerca de 10.000 metros, esse foguete seria lançado ao espaço inicialmente com satélites, mas futuramente haveria até naves tripuladas previstas.
Após a morte de Allen, a Stratolaunch passou a rever seus projetos. Em dezembro, ela desistiu de construir uma série de foguetes e espaçonaves e concentrar-se em fazer o avião voar para se habilitar a lançar o foguete Pegasus, da Northrop Grumman, em 2020.
Finalmente, o jato de seis motores realizou seu voo inaugural no que pode ter sido a única vez que o Stratolaunch foi ao ar. Se isso de fato ocorrer, será uma repetição de outro voo único, o do Hughes H-4 Hercules, gigantesco hidroavião criado por Howard Hughes nos anos 40.
Felizmente, o Stratolaunch parece ter potencial de ser um avião-lançador bem sucedido. Espera-se que isso atraia algum interessado em continuar o sonho de Paul G. Allen.
Com quase certeza que essa aeronave vai parar em outra empresa que investe em tecnologia ou turismo espacial, que nem a Virgin ou a SpaceX.
Também poderia ser aproveitado para fins militares, para lançamentos de drones com maior autonomia e potencial de ataque ou carga ultrapesada.