Nesta semana, durante uma conferência com investidores, o diretor financeiro da Boeing, Brian West, ressaltou que a fabricante deverá esperar até a próxima década para lançar o programa de um novo jato de um corredor (narrowbody), pois a empresa precisa de mais tempo para amadurecer tecnologias.
Citado pelo Flight Global, West disse que o futuro avião da Boeing nessa categoria, onde a empresa atua com o 737 MAX, deve oferecer melhorias significativas em eficiência. Todavia, o executivo afirmou que “no momento, qualquer coisa nessa frente é para a próxima década”.
Na avaliação da fabricante mencionada por West, a Boeing ainda depende do 737 MAX no curto prazo. No mês passado, a geração mais recente do jato quinquagenário acumulou 3.587 encomendas, incluindo pedidos pelas versões MAX 7 e MAX 10. Esses dois modelos, porém, até agora não foram certificados para voos comerciais.
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Segundo o executivo, a fabricante espera obter a certificação da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos para o 737 MAX 7 neste ano e para o MAX 10, em 2024. A introdução do 737 MAX 10 é particularmente a mais esperada devido ao avanço expressivo do Airbus A321neo e suas variantes de longo alcance no mercado, muito por conta da falta de uma aeronave com características de capacidade e performance semelhantes – como será o MAX 10.
West disse ainda que o 737 MAX tem “uma demanda muito boa” e que as vendas do avião seguirão fortes até pelo menos 2026.
Analistas de mercado consultados pela publicação consideraram “prudente” o cronograma da Boeing sobre um novo narrowbody, dizendo que lançar uma aeronave inédita desse segmento neste momento poderia prejudicar as vendas do 737 MAX, “nas quais repousa a saúde financeira da empresa”.
As falas do diretor financeiro da Boeing também deram a entender que a fabricante não deve retomar o projeto NMA (New Midsize Airplane), que poderia originar uma nova família de jatos para ocupar o nicho entre o 737 e o 787 – algo que o 757 fez no passado. Quando a empresa ainda apostava nesse programa, que chegou a ser chamado informalmente de 797, o prazo de lançamento era planejado para meados 2025.
Embora nunca tenha confirmado o lançamento oficial do projeto NMA, a Boeing praticamente não tocou mais nesse assunto desde o aterramento mundial do 737 Max, em março de 2019, em função de dois acidentes fatais ocorridos num período de cinco meses e que deixaram 346 mortos.
De toda forma, o NMA, como era proposto, já pode ser considerado obsoleto. Uma nova tecnologia estudada pela Boeing, em parceria com a NASA, para obter maior eficiência em jatos de um corredor é a “Asa Treliçada Transônica”. É um conceito de asa extralonga montada na parte superior da fuselagem que associada a motores de alta razão de derivação promete uma redução no consumo de combustível na ordem de 30%, embora o resultado final seja um avião feio…