A Força Aérea da Alemanha (Luftwaffe) decidiu acelerar a aposentadoria de suas duas aeronaves governamentais Airbus A340, após um dos aparelhos (o modelo com registro 16+01) ter sofrido duas falhas técnicas durante o voo em direção à Austrália, nesta semana. O quadrimotor transportava a Ministra das Relações Exteriores do país, Annalena Baerbock, e sua comitiva em uma viagem diplomática à região do Pacífico, que acabou sendo cancelada devido à falta de transporte.
Por meio do Twitter, a Luftwaffe informou que os dois A340 da frota oficial serão retirados de serviço “o mais rápido possível, ou seja, nas próximas semanas”. A aposentadoria dessas aeronaves, que foram adquiridas da companhia aérea Lufthansa há mais de uma década, estava programada para ocorrer até o fim de 2024.
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De acordo com a Força Aérea Alemã, o A340 que transportava a ministra apresentou problemas no sistema de flaps, os quais não puderam ser retraídos corretamente em duas tentativas após a decolagem de Abu Dhabi, onde a aeronave fez uma parada para reabastecimento.
Mit den #A350 stehen der Flugbereitschaft robuste und moderne Flugzeuge für die Langstrecken zur Verfügung.
Wir werden die beiden #A340 so schnell wie möglich, d.h. in den kommenden Wochen vorzeitig außer Dienst stellen.
Die beiden Airbus A340 sollten ursprünglich im September… pic.twitter.com/P7HP3APex1— Team Luftwaffe (@Team_Luftwaffe) August 15, 2023
Na primeira tentativa, a aeronave decolou de Abu Dhabi no domingo às 3h33, horário local, mas retornou ao mesmo ponto cerca de duas horas depois. Durante esse período, voou em círculos para despejar combustível, a fim de ficar leve o suficiente para pousar em segurança. A segunda tentativa ocorreu à 1h da terça-feira (14), e o avião apresentou o mesmo problema mecânico, repetindo mais uma vez o procedimento de alijar combustível até aterrissar novamente no Emirado Árabe.
O A340 16+01 possui um longo histórico de problemas operacionais com a Luftwaffe. Essa mesma aeronave precisou retornar à Alemanha uma vez, quando transportava a ex-chanceler Angela Merkel a caminho da cúpula do G20 em Buenos Aires, Argentina, no final de 2018. Naquela ocasião, o jato apresentou falhas nos sistemas eletrônicos.
Outra falha notória da aeronave, também ocorrida em 2018, atrasou o retorno do então chanceler Olaf Scholz, na época ministro das Finanças da Alemanha, da Indonésia. O defeito foi que ratos mastigaram partes importantes da fiação da aeronave, deixando-a incapacitada para voar.
Agora prestes a serem aposentados, os A340 da Luftwaffe terão suas funções de transporte de autoridades absorvidas pela nova frota de jatos de última geração Airbus A350. A força aérea alemã encomendou três dessas aeronaves, sendo que um desses aparelhos já está em serviço.
Brasil viveu situação semelhante com o “Sucatão”
Em dezembro de 1999, o KC-137 FAB 2403, operado pela Força Aérea Brasileira (FAB), precisou realizar um pouso de emergência no aeroporto de Amsterdã, na Holanda, depois que um de seus quatro motores pegou fogo e foi desligado para evitar a propagação do incêndio. A aeronave transportava o então vice-presidente do Brasil, Marco Maciel, em uma viagem à China.
Esse incidente com o “Sucatão”, como foram apelidados os KC-137 (baseados no Boeing 707) da FAB, intensificou as discussões sobre a necessidade de substituir a frota desse tipo na função de transporte presidencial e de autoridades no Brasil. A solução viria somente em 2003, quando o governo federal, no início do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, adquiriu um Airbus A319 corporativo.