Projeto mais caro da história da aviação, a família de caças F-35 Lightning II da Lockheed Martin ainda é uma aeronave com atuação bastante limitada, segundo estudo publicado neste mês pelo Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
As taxas de disponibilidade do modelo F-35A, de pouso e decolagem convencionais, e do F-35B, que pousa e decola na vertical, caíram nos EUA em 2022, enquanto as horas de voo por aeronave permaneceram estáveis, quando deveriam aumentar diante do amadurecimento do projeto. Apenas o F-35C, cuja frota ainda é pequena, apresentou evolução nas métricas, apontou o CBO a respeito da versão do caça destinado a operações em porta-aviões com sistemas de catapultas.
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“Entre 2021 e 2022, a disponibilidade dos F-35As caiu 11 pontos percentuais”, de 65% para 54%, apurou a instituição. “A disponibilidade dos F-35Bs também caiu 7 pontos percentuais” – de 61 por cento para 54 – “e a disponibilidade dos F-35Cs aumentou 5 pontos percentuais [de 53 por cento] para 58 por cento”.
O CBO calcula as taxas de disponibilidade de aeronaves dividindo o número de horas em que as mesmas estão em condições plenas de executar missões e em posse de esquadrões operacionais pelo número total de horas para toda a frota, incluindo unidades em manutenção.
Os dados compilados pelo CBO, porém, podem ser distorcidos porque a frota do Lightning II nos EUA é relativamente nova e ainda sofre de problemas iniciais do projeto: dos 532 caças em serviço no país até setembro de 2022, mais de 90% têm menos de uma década de uso e mais da metade está no serviço há menos de quatro anos. A maioria dos jatos também são F-35As usados pela Força Aérea, enquanto as variantes F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais e F-35C da Marinha estão disponíveis em menores quantidades.
A instituição ainda destaca que o F-35, por ser uma aeronave furtiva, depende de um maior acompanhamento de revisão e manutenção. No entanto, mesmo comparado ao outro caça furtivo dos EUA, o F-22 Raptor, a taxa de disponibilidade do Lightning II ainda não é satisfatória.
O F-35C, por outro lado, vem surpreendendo, apesar da complexidade de sua operação embarcada. A taxa de disponibilidade de uma aeronave do tipo com seis anos de uso é maior que a de um F/A-18/E/F Super Hornet de sete anos e praticamente igual a performance de um EA-18G Growler também com sete anos. Todavia, o CBO ressalta que os jato furtivos da Marinha dos EUA registram muito menos horas de voo por mês do que os caças com design convencional.