A Suécia dará início ao planejamento formal de suas aeronaves de combate de próxima geração durante o próximo ciclo orçamentário do Ministério da Defesa, que começa em 2021 e vai até 2025, divulgou o governo sueco na última terça-feira, 7 de julho.
As bases para o desenvolvimento da futura estratégia de aviação de combate do país podem incluir estudos, desenvolvimento de novas tecnologias e atividades de demonstração em colaboração com um ou mais parceiros internacionais, segundo a documentação orçamentária divulgada para as forças armadas da Suécia.
O governo sueco não forneceu mais detalhes sobre o projeto, que possivelmente pode originar o sucessor dos caças Saab Gripen E (JAS 39 E). O jato de combate encomendado pelas forças aéreas do Brasil e da Suécia ainda está em fase de desenvolvimento.
De acordo com anúncios recentes e outros eventos, o site Janes 360 apontou quatro possíveis caminhos que a Suécia pode seguir para projetar um novo caça. São eles: uma nova versão do Gripen, o desenvolvimento de uma aeronave de combate totalmente nova fabricada no país, o comprometimento total dos suecos com o projeto Tempest, em parceria com o Reino Unido e Itália, ou juntando-se a outro projeto internacional.
Em julho de 2019, os governos da Suécia e do Reino Unido assinando um Memorando de Entendimento para desenvolver sistemas e novas tecnologias para aeronaves de combate atuais e do futuro, como é o caso do projeto Tempest proposto pelos britânicos que pode originar um caça de 6º geração.
O ministro sueco da defesa, Peter Hultqvist, já havia comentado no último dia 16 de junho sobre os novos planos militares da Suécia durante uma reunião virtual com líderes e autoridades da Europa.
“Quando se trata da Força Aérea, o atual caça JAS 39 C/D será mantido, pois o novo caça JAS 39 E é integrado aos esquadrões e se torna operacional. Isso permite que a Força Aérea mantenha seis esquadrões de caça. O desenvolvimento da próxima geração de aeronaves também começará”, disse Hultqvist no mês passado.
Gripen não é tão novo assim
O Gripen é o descendente mais jovem de uma longa linhagem de aeronaves militares fabricadas na Suécia. O projeto original do caça foi iniciado pela SAAB no final da década de 1970 e o primeiro protótipo voou no dia 9 de dezembro de 1988.
Os primeiros esquadrões de caças Gripen A e B foram ativados na Suécia em 1996, ocupando os espaços deixados pelos caças Draken e Viggen mais antigos. Enquanto ainda entregava as primeiras aeronaves de nova geração, a fabricante já havia começado a projetar a próxima versão do Gripen, os modelos C e D.
A série atual do Gripen foi introduzida na força aérea sueca a partir de 2002. Esses modelos também foram exportados para República Tcheca, Hungria, África do Sul e Tailândia.
Em 2010, a Suécia concedeu à SAAB um contrato de quatro anos para melhorar o radar do Gripen e outros equipamentos, integrar novas armas e reduzir seus custos operacionais. O resultado foi a criação do programa Gripen E/F, cujo trabalho é realizado atualmente em parceria com empresas do Brasil (entre elas a Embraer), com direito a transferência de tecnologia para a indústria brasileira.
Nesta semana, a Saab Aeronáutica Montagens, localizada em São Bernardo do Campo (SP), iniciou a produção nacional de estruturas do Gripen. Posteriormente, esses componentes serão enviados para a montagem final do caça nas fábricas da Embraer em Gavião Peixoto (SP) e da Saab, em Linköping, na Suécia.
Até o momento, os únicos clientes do Gripen E/F são as forças aéreas da Suécia e do Brasil, que encomendou um total de 36 aeronaves (28 modelos E e oito F). Segundo o cronograma da FAB, os primeiros caças devem chegar ao país em 2021.
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