Membro da OTAN desde 2009, a Croácia possui uma das menores forças aéreas da Europa. O país opera apenas um esquadrão de caças MiG-21 herdados dos tempos da Iugoslávia. Há pouco mais de uma década, no entanto, a força aérea do país tenta substitui-los por aviões mais modernos.
Uma das fabricantes que se ofereceu para suprir essa necessidade é a Saab. A empresa sueca fez a primeira proposta no começo da década, aproveitando a experiência com acordos semelhantes firmados com outros dois países da antiga Cortina de Ferro, a Hungria e a República Tcheca, que substituíram seus MiG-21 pelo caça Gripen.
Novamente, os suecos oficializaram uma proposta semelhante em 2015, para 12 caças Gripen C/D, mas a Croácia acabou evoluindo conversas com Israel para a aquisição de caças F-16 usados. Entretanto, o negócio acabou frustrado por restrições do governo dos EUA.
Em janeiro deste ano, no entanto, a Croácia voltou a lançar a licitação para aquisição de 12 aeronaves convidando sete países: EUA e Suécia, para compra de novos caças, e França, Itália, Noruega, Grécia e Israel visando unidades usadas.
Nesta quarta-feira, 09, o governo sueco e Saab submeteram sua proposta para 12 caças Gripen C/D. A fabricante também oferece um pacote de cooperação estratégica para desenvolver a indústria de defesa do país, algo semelhante ao que foi feito com o Brasil quando comprou 36 caças Gripen E/F, a versão mais avançada do modelo.
“A Suécia e a Saab estão oferecendo uma solução abrangente e de longo prazo para a segurança interna da Croácia que protegerá o povo e as fronteiras do país nas próximas décadas. Se a Croácia escolher o Gripen, a Saab estará pronta para transferir know-how e tecnologia e estabelecer um Centro Regional de Serviços Aeronáuticos e de Suporte local. Isso desenvolveria uma cooperação de longo prazo com a indústria de defesa do país, bem como com o setor acadêmico, gerando cerca de 500 empregos de alta tecnologia”, disse Jonas Hjelm, vice-presidente sênior e chefe da área de negócios da Saab.
O programa de substituição dos MiG-21, que tem vida útil até 2024 após atualizações pontuais, pretendia analisar as propostas em setembro, mas isso só deverá ocorrer nos próximos meses.
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