A Delta Air Lines já se prepara para uma queda na venda de passagens causado pelas tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em conferência sobre resultados nesta semana, o CEO da empresa, Ed Bastian, afirmou que as reservas de voo têm diminuído à medida que as incertezas sobre a economia se espalham.
O ‘fantasma’ das tarifas também assombra a renovação da frota de aeronaves da Delta. A companhia aérea sediada em Atlanta tem sido a maior cliente da Airbus nos EUA e isso agora significa que muitas delas poderão pagar uma taxa extra, segundo a política comercial de Trump.
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Ed Bastian, no entanto, foi taxativo: “A única coisa que você precisam saber e que deixamos bem claro é que não pagaremos tarifas sobre nenhuma entrega de aeronave”, disse a analistas na quarta-feira, 9.
Parte da União Europeia, a Airbus está sujeita a uma tarifa de 20% sobre seus aviões. Trump suspendeu a adoção da medida por 90 dias, mas é pouco provável que seu governo recue na guerra comercial.
Em fevereiro, o CEO da Airbus, Guillaume Faury, já antecipava problemas com isso e disse que a empresa poderia priorizar clientes fora dos Estados Unidos.

A Delta, de fato, já revê a entrega de 43 aeronaves da Airbus em 2025, entre elas o A220, um jato produzido principalmente no Canadá, país que é um dos alvos da ira comercial do presidente dos Estados Unidos.
Há também uma linha de montagem em Mobile, no Alabama, mas a maior parte dos componentes vêm de fora.
Widebodies A350-1000 sob risco
Não é o caso dos gigantes A350-1000, widebodies de grande capacidade de passageiros que a Delta tem 26 pedidos a serem entregues a partir de 2026.
No atual cenário, essas aeronaves não deverão ser entregues tão cedo.
Ao mesmo tempo, a esperada queda na demanda fez a Delta rever seus planos de crescimento, focando em reduzir a capacidade de sua rede.

Isso significa não apenas postergar entregas de novos e mais eficientes aviões, mas também antecipar a aposentadoria de jatos antigos como o Boeing 757 e 767 e alguns Airbus A319 e A320 de primeira geração.
A confusão causada pela política de Trump é tamanha que até fabricantes de motores, entre os mais afetados pelos efeitos da Covid, estão em um beco sem saída, já que empresas com a Pratt & Whitney operam instalações integradas nos Estados Unidos e Canadá.
A empresa teria suspendido entregas de componentes diante da situação indefinida quanto a atender as regras do USMCA, o acordo de livre comércio entre Estados Unidos, Canadá e México.
O Trump é negociante, tudo isso é para voltar a fortalecer a indústria de seu país. E onde isso é errado? Só a “turminha de lá” que reclama.