TCU amplia concessão do Aeroporto de Guarulhos mediante investimentos de R$ 1,4 bi

O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou nesta quarta-feira (23), a prorrogação do contrato de concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), o maior do Brasil, com o objetivo de aumentar os investimentos na infraestrutura aeroportuária.

A concessão do aeroporto, operado pela GRU Airport, foi estendida até novembro de 2033, 16 meses a mais do que o prazo original, e a contrapartida para essa extensão envolve o compromisso da concessionária de investir R$ 1,4 bilhão em obras de modernização e ampliação, utilizando recursos próprios.

A decisão veio após a análise de uma proposta do Ministério de Portos e Aeroportos, que foi aprovada pelos ministros do tribunal, possibilitando a realização de obras e melhorias no terminal.

Entre os novos investimentos estão a construção de dois novos píeres de passageiros – um destinado a voos internacionais e outro para voos domésticos. Além disso, estão previstas a ampliação dos pátios de aeronaves e a criação de novas pistas de táxi para facilitar o fluxo de aeronaves.

Outro ponto de destaque no pacote de investimentos são as melhorias tecnológicas e de segurança. Serão adquiridos novos equipamentos de inspeção de bagagens despachadas e de bagagens de mão, assim como dispositivos de vigilância perimetral para aumentar a segurança do aeroporto. Também serão implementadas melhorias no sistema de acesso de funcionários, que passará a utilizar biometria, tornando o processo mais eficiente e seguro.

Concessão sem custo adicional ao setor público

Um aspecto importante do acordo é que os investimentos serão inteiramente financiados pela GRU Airport, sem qualquer despesa adicional para o governo. A concessionária é composta por três principais acionistas: a estatal Infraero, com 49% de participação; a Invepar, que detém 40,8%; e a Airports Company South Africa (ACSA), uma estatal sul-africana que controla o restante.

Vale lembrar que a Invepar é uma holding cujos principais acionistas são os fundos de pensão Petros, Previ e Funcef, que possuem juntos 75% do capital da empresa.

Ligação com o Rodoanel Norte

O documento analisado pelo TUC também cita uma alça rodoviária que ligará o aeroporto ao Rodoanel Norte. O trecho não está incluído nas obras realizadas na rodovia bancada pelo estado de São Paulo.

Se implantada, permitirá um novo acesso importante para desafogar a Avenida Hélio Smidt, única forma de chegar ao local atualmente.

Novos píeres no lugar de áreas remotas

A proposta da GRU Airport prevê transformar duas áreas de embarque remoto em píeres com pontes telescópicas. Elas ficam nas laterais do atual Terminal 2 e existem desde o projeto original do aeroporto.

O Píer T3B, com custo de R$ 330,7 milhões, tem previsão de ser aberto em dezembro de 2026 e interligará o Terminal 3 ao Terminal 2.

Já o Píer T2L tem prazo até dezembro de 2028 para ficar pronto após um gasto de R$ 194 milhões.

A concessionária também prevê concluir a construção do Pátio 7, na parte oeste do aeroporto e onde existia a previsão de ser construído um píer em formato de ilha para atender a voos de longa distância.