Tecnologia do futuro: Rússia testa uso de tanques criogênicos externos em aviões leves

Tanques criogênicos são necessários para o armazenamento de combustíveis como hidrogênio líquido e gás natural liquefeito
Maquete de avião leve com um tanque criogênico externo em formato perfilado (TsAGI)

Pesquisadores do Instituto Central de Aerohidrodinâmica (TsAGI) de Moscou, na Rússia, estão estudando formas de reduzir o impacto aerodinâmico causado por tanques criogênicos externos em aeronaves leves.

Termo que deve ser popularizado nos próximos anos, “combustíveis criogênicos”, como hidrogênio líquido e gás natural liquefeito, são uma tendência para o futuro da aviação de baixa e zero emissão poluente. No entanto, os desafios para armazenar esses combustíveis são enormes, pois eles precisam ser mantidos em temperaturas congelantes.

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Devido a essa característica de baixa temperatura, o combustível criogênico exige a instalação de tanques de alto volume com isolamento especial. O problema é que reservatórios desse tipo são grandes demais para serem introduzidos em aeronaves regionais. Dessa forma, a utilização de depósitos externos pode ser a única saída para tornar essa tecnologia viável no setor de aviação regional.

“O uso de combustível criogênico é uma das opções para reduzir as emissões nocivas de uma aeronave na atmosfera. Para o nosso país, e principalmente para as regiões do Extremo Norte, onde há problemas com a importação de querosene, o gás natural liquefeito é o mais relevante. Ao criar uma aeronave com combustível criogênico, resolvemos dois problemas ao mesmo tempo: melhorar o desempenho ambiental dos equipamentos de aviação e garantir a acessibilidade de transporte em regiões remotas”, disse Alexander Krutov, pesquisador do Centro de Integração de Tecnologias do TsAGI.

Para avançar nesse campo, o TsAGI vem testando em túnel de vento a maquete em escala 1:10 de uma aeronave leve com diferentes configurações de tanques criogênicos externos. De acordo com o instituto russo, um avião regional para 50 ocupantes ou um cargueiro do mesmo porte com capacidade para seis toneladas, precisa de um tanque com cerca de 10 metros de comprimento por 2 m de diâmetro, o que permitiria voos de até 2.040 km a velocidade de cruzeiro de 480 km/h.

Até o momento, os pesquisadores russos avaliaram dois formatos diferentes de tanques externos para aviões leves, um cilíndrico e outro perfilado. No túnel de vento, esses modelos foram submetidos a testes de estabilidade simulando as fases de decolagem, voo de cruzeiro e pouso. “Os resultados obtidos nos testes confirmaram as estimativas calculadas. Eles serão usados ​​para formar o layout ideal de uma aeronave regional movida a combustível criogênico”, informou o TsAGI.

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